Mix de açúcar das usinas do Centro-Sul bate recorde dos últimos 17 anos na 2ª quinzena de maio
O mix de açúcar das usinas do Centro-Sul do Brasil na segunda quinzena de maio atingiu 46,9% (2,902 milhões de toneladas), sobre 43,2% no mesmo período da safra anterior, de acordo com dados recentes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Isso representa um recorde nos últimos 17 anos, segundo a trading inglesa Czarnikow.
"As usinas estão maximizando a alocação de cana para produção de açúcar o quanto podem; e isso não é novidade para ninguém acompanhando a paridade de preços entre açúcar e etanol", destacou em relatório a analista Ana Zancaner. Os preços do adoçante estão cerca de 10 cents/lb mais altos do que os do biocombustível no Brasil, segundo a trading.
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O gráfico abaixo mostra que as safras 2017/18 e 2018/19 foram as que mais estiveram voltadas nos últimos sete ciclos para a produção de etanol. Em contrapartida, a parcial da temporada 2023/24 já desponta como uma das mais voltadas para a produção de açúcar. Até o momento, a produção acumulada do adoçante na safra está em quase 7 milhões de t.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas na última semana, o presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Arnaldo Bortoletto, disse que essa safra deverá ter aumento de 1% na tendência açucareira, ficando em cerca de 46% destinada à produção de açúcar. Na visão da liderança, essa porcentagem só não será maior devido à falta de capacidade das usinas.
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Depois desse resultado positivo na última quinzena de maio, um maior volume de produção de açúcar no Centro-Sul vai depender do clima de agora em diante. "Até agora, os números quinzenais de produção estão em linha com nossas estimativas, portanto mantemos inalterada nossa projeção para produção de açúcar em 37,7 milhões de toneladas", diz Ana.
"Mas como o mix de açúcar ultrapassou o que era esperado, nos perguntamos se o máx. açúcar seria maior que 47,5%. Pode ser, mas o quão maior vai depender das condições climáticas. O impacto do El Niño no Centro-Sul não está totalmente definido, mas pode trazer mais chuvas", complementa a analista no relatório.
No último mês, o diferencial físico para o açúcar bruto VHP (FOB Santos) caiu significativamente – indo de uma média de 46 pontos em maio para 0 na última semana. "Geralmente é a dinâmica do mercado. A safra avança, mais açúcar disponível resulta em um desconto no açúcar contra os preços da tela. No entanto, não é o que se espera de uma safra com competição logística acirrada", destaca a analista.
O tempo de espera para atracar no Porto de Santos está em cerca de 13 dias.
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