Açúcar: Clima no BR faz Bolsa de NY cair mais de 3% no acumulado da semana
Os futuros do açúcar tiveram queda moderada a expressiva nesta sexta-feira (28) nas bolsas de Nova York e Londres, que favoreceram recuo de mais de 3% na semana. O mercado vê melhora na oferta global com a nova safra do Brasil e dados da Índia.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,14%, cotado a US$ 18,20 c/lb, com máxima de 18,50 c/lb e mínima de 18,09 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento recuou 0,90%, negociado a US$ 495,20 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento do adoçante caiu 3,24%.
"Há relatos de melhores condições de cultivo para as lavouras do Centro-Sul do Brasil", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, ressaltando que as chuvas devem beneficiar as lavouras, após safra 2021/22 complicada.
Com isso, operadores do mercado do adoçante estão mais otimistas com a safra 2022/23 do Centro-Sul do país. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) tem expectativa de recuperação parcial da produtividade setorial em 2022/23 (abril-março) em 8,5%.
Na quinta-feira, a All India Sugar Trade Association (AISTA) disse em comunicado que espera que a safra 2021/22 do país suba 3% ante o ciclo anterior, para 31,9 milhões de toneladas. A Índia é o segundo maior produtora de açúcar do mundo.
No financeiro, o petróleo tinha altas nesta tarde de sexta-feira nas bolsas externas e limitava as perdas do adoçante no exterior. Além disso, o dólar operava em queda sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities.
A demanda pelo adoçante também está no radar dos investidores, apesar de recuperação nos embarques do Brasil na terceira semana de janeiro depois de baixos volumes nos primeiros dias de 2022.
O Brasil exportou 433,44 mil toneladas de açúcares e melaços na 3ª semana de janeiro com receita acumulada de US$ 371,86 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, na segunda-feira (24).
MERCADO INTERNO
O mercado do açúcar voltou a operar no patamar de R$ 150 a saca de 50 kg depois de recuos pontuais. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,23%, negociado a R$ 150,50 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,65 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,18 c/lb e queda de 0,03%.
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