Petróleo recua quase 2% e pressiona açúcar em NY e Londres nesta 2ª feira
Os futuros do açúcar perderam forças nesta segunda-feira (24) nas bolsas de Nova York e Londres com pressão do petróleo, além de valorização do dólar ante o real no dia. Com isso, os preços se distanciaram dos US$ 19 c/lb no terminal norte-americano.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,48%, cotado a US$ 18,81 c/lb, com máxima de 18,98 c/lb e mínima de 18,51 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento recuou 0,18%, negociado a US$ 504,50 a tonelada.
Durante o dia, o mercado do petróleo chegou a perder 3% no exterior em meio um dólar fortalecido e preocupações dos investidores sobre a possibilidade de aumentos mais rápidos nas taxas de juros dos Estados Unidos, após altas recentes no óleo.
"É uma fuga para a segurança, para o dólar, o que não é bom para commodities", disse um negociante para a agência de notícias Reuters. As oscilações do óleo influenciam na decisão sobre o mix das usinas de cana-de-açúcar do Brasil.
Flávio Gualter Inácio Inocêncio, diretor da Helios Advisory, projeta que os preços do petróleo Brent no cenário internacional devem saltar para até US$ 100 o barril no 1º semestre e já nas próximas semanas testar os US$ 90 em meio oferta limitada.
"As ideias são de que preços mais altos do petróleo bruto implicam preços mais altos do etanol para mais produção de etanol e menos produção de açúcar no Brasil e essas ideias ajudam a manter os preços do açúcar apoiados", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
Além disso, há algum movimento de realização de lucros depois de uma semana positiva para o adoçante e máximas de três semanas testadas na última quinta (20).
Ainda de acordo com a agência, a tendência é que o açúcar deverá ser sustentado nas bolsas externas por uma oferta apertada, já que o Centro-Sul, principal produtor do Brasil foi atormentado por clima adverso durante a safra.
Nos fundamentos para a nova temporada, há melhores expectativas com a safra do Brasil que começará a ser moída em abril. Além disso, segue atenção para a safra da Ásia.
A fragilidade da demanda pelo adoçante também está no radar dos investidores, apesar de recuperação nos embarques do Brasil na terceira semana de janeiro depois de baixos volumes nos primeiros dias do primeiro mês do ano.
O Brasil exportou 433,44 mil toneladas de açúcares e melaços na 3ª semana de janeiro com receita acumulada de US$ 371,86 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, nesta segunda-feira (24).
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no Brasil seguem acima de R$ 150 a saca de 50 kg, apesar de quedas pontuais. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,31%, negociado a R$ 151,58 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,65 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,65 c/lb - estável.
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