Açúcar volta a perder forças nesta 5ª em NY e Londres, após alta em parte do dia
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (21) com perdas nas bolsas de Nova York e Londres. Depois de alta inicial, o mercado perdeu forças com a alta do dólar e petróleo, além do clima nas origens.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,16%, cotado a US$ 18,94 c/lb, com máxima de 19,19 c/lb e mínima de 18,87 c/lb. Em Londres, o tipo branco teve queda de 0,28%, a US$ 500,80 a tonelada.
Depois de alta durante a maior parte do dia, as cotações do açúcar perderam forças no final desta quinta-feira com atenção para a desvalorização expressiva do petróleo no cenário internacional e disparada do dólar sobre o real.
"Os preços do petróleo bruto caíram quase 2% nesta quinta-feira, o que é negativo para os preços do etanol e baixista para o açúcar", destacou o site internacional Barchart.
O óleo mais baixo tende a impactar nos preços da gasolina que, por sua vez, influenciam na competitividade do etanol. Desta forma, as usinas elevam os níveis de produção do açúcar em detrimento ao etanol.
![Colheita de cana-de-açúcar 21042007 REUTERSPaulo Whitaker](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/800x2000/colheita-de-cana-de-acucar-21042007-reuterspaulo-w-Abfd2.jpg)
Segundo analistas ouvidos pela Reuters internacional, o açúcar está no mesmo nível ou um pouco acima da paridade brasileira do etanol, entre 18,50 a 19,00 c/lb, ou seja, ainda compensando o açúcar.
"Se cair ainda mais, as usinas de cana vão produzir mais etanol em detrimento do açúcar, o que deve colocar um piso nos preços", destacou a agência.
Nos fundamentos, o mercado também olha para as recentes chuvas em áreas produtoras do Centro-Sul do Brasil e origens asiáticas. Com isso, a nova safra de cana-de-açúcar deve ter melhores resultados do que a atual.
A trading inglesa Czarnikow estima a safra global 2021/22 em um superávit de cerca de 350 mil toneladas, citando bloqueios da Covid-19 na Ásia que reduziram o consumo de açúcar.
MERCADO INTERNO
No Brasil, os preços internos do açúcar seguem valorizados em meio oferta restrita. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,60%, negociado a R$ 147,50 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, negociado a R$ 137,94 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,04 c/lb com alta de 0,55%.