UNICA neutraliza emissões do Pavilhão Brasileiro em Dubai
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) irá neutralizar por uma semana todas as emissões de gases de efeito estufa do Pavilhão Brasileiro na Expo Dubai 2020, maior evento de dimensão mundial desde o início da pandemia de covid-19. A feira acontece nos próximos seis meses em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A participação da UNICA faz parte do projeto setorial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Inventariadas pela Green Domus, empresa especializada na contabilização de emissões de grandes eventos, as emissões do pavilhão brasileiro, em uma semana, atingirão a marca de pouco mais de 1,3 mil toneladas de CO2, que serão neutralizadas com os Créditos de Descarbonização, os CBios.
O CBio faz parte da Política Brasileira de Biocombustíveis, o RenovaBio. É um título que representa uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida ou foi capturada na atmosfera. Esses créditos são utilizados pelas distribuidoras de combustíveis para o cumprimento de meta de descarbonização no país, mas também podem ser adquiridos por outras empresas para a neutralização de emissões.
“Neutralizamos não só as emissões da UNICA esta semana no pavilhão, mas de cada participante. Na cidade símbolo de desenvolvimento e modernidade, mostramos como uma tecnologia brasileira está na vanguarda da construção da nova era da mobilidade sustentável. Entendemos que todos somos parte da solução aos desafios impostos pela mudança do clima”, disse o presidente da UNICA, Evandro Gussi.
O diretor de Economia e Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, explica que as emissões relacionadas à montagem do pavilhão, materiais e equipamentos usados e o deslocamento das pessoas, terrestre ou aéreo, foram contabilizados no inventário de emissões.
“Para neutralizar essas emissões nós utilizamos o CBIO, que pode ser considerado mais um instrumento efetivo oferecido pelo setor da bioenergia para o combate ao aquecimento global. Teremos uma semana de carbono neutro no Pavilhão Brasileiro e essa é apenas uma de nossas contribuições para mitigação dos efeitos da mudança do clima. Todos podemos ser parte da solução”, ressaltou o diretor.
MOBILIDADE
Responsável por ¼ das emissões globais de gases de efeito estufa, o setor de transportes tem um grande desafio pela frente quando o assunto é descarbonização. Nesse sentido, a UNICA apresenta durante a Expo Dubai rotas disponíveis para uma mobilidade sustentável.
“O futuro da mobilidade será alcançado por meio de múltiplas rotas, levando em consideração a particularidade de cada região do mundo. Não existe uma solução única. Estamos aqui na Expo para apresentar o que o Brasil tem feito para mitigar suas emissões no setor de transportes e inspirar outras regiões do mundo”, disse Evandro Gussi, presidente da UNICA.
Puro ou misturado na gasolina, o etanol é o combustível do presente, mas também do futuro da mobilidade sustentável. Com o desenvolvimento de novas tecnologias automotivas, o biocombustível pode ser usado em carros híbridos flex e, futuramente, gerar eletricidade para carros elétricos movidos à célula combustível.
Desde 2003, lançamento dos carros flex, o etanol já evitou a emissão de mais de 570 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Para atingir esse número de maneira alternativa, seria necessário cultivar 4 bilhões de árvores ao longo de 20 anos.
A UNICA também disponibiliza aos visitantes do pavilhão a oportunidade de calcular as emissões pessoais. Com base no país de origem e na média de litros de combustível consumidos, ele verificará como a presença do etanol na gasolina reduz significativamente as emissões de CO2.
PROJETO
A Apex-Brasil e a UNICA tornaram pública em fevereiro de 2008 uma estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana junto aos principais formadores de opinião mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
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