Previsão de nova onda de frio faz açúcar fechar acima dos US$ 18 c/lb em NY
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (23) com ganhos expressivos nas bolsas de Nova York e Londres. Os temores com novas geadas e os possíveis impactos na próxima safra são monitorados pelo mercado externo.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 3,12%, cotado a US$ 18,17 c/lb, com máxima de 18,28 c/lb e mínima de 17,65 c/lb. O tipo branco em Londres teve valorização de 2,39%, a US$ 457,70 a tonelada.
Na semana, o mercado avançou 2,60%.
O mercado do açúcar voltou a subir nesta sessão de sexta-feira, retomando o patamar de US$ 18 c/lb do início do ano, depois de cair na véspera, com previsões de novas geadas no Centro-Sul do Brasil nos próximos dias diante de uma nova onda de frio.
"Operadores disseram que as geadas podem afetar a produção da próxima safra, embora os danos à safra de cana levem algum tempo para serem avaliados e dependam da adequação das chuvas daqui para frente", destacou a agência Reuters.
A Climatempo prevê que novas ondas de frio devem avançar nos próximos dias do Sul ao Centro-Oeste do país. "Alguns modelos mostram o frio ganhando força, muita força!", destacou a empresa meteorológica.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Denis Arroyo Alves, diretor-executivo da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) disse que o pior cenário de perdas para a safra 2021/22 de cana começa a ser desenhado com a seca e agora geadas.
"Nós estamos saindo de 605 milhões de t e indo para aproximadamente 530 milhões de t. O que a gente tem visto é uma garantia de todo o setor da cadeia produtiva em buscar aproveitar cada centímetro de terra com cana e nós vamos fazer uma colheita muito mais cuidadosa", diz Denis Arroyo Alves, diretor-executivo da Orplana.
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+ Cana: Começa a se confirmar pior cenário de quebra com seca de 90 anos e geadas, diz Orplana
Também há espera no mercado pelos dados de produção no Centro-Sul do início de julho pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
As expectativas para a primeira quinzena de julho são de queda de 2,6% no comparativo anual na produção de açúcar, 2,951 milhões de toneladas, segundo levantamento da S&P Global Platts com 10 analistas. A produção total de etanol deve ser de 2,10 bilhões de litros, com alta de 3,0%.
No financeiro, o dia é marcado por desvalorização do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações e dá suporte ao mercado. Por outro lado, o petróleo registrava leves perdas nesta reta final de semana.
Mercado interno
O índice de referência do mercado físico do açúcar voltou a subir na véspera. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 0,21%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 116,79.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 133,74 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 17,79 c/lb.
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