Soja tem 2ª de intensa volatilidade em Chicago, mas fecha em alta com farelo e atenção ao clima nos EUA
A volatilidade esteve forte e marcante no caminhar dos negócios com a soja na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (24). Depois de ter testado os dois lados da tabela, os futuros da oleaginosa voltaram a subir - e de forma expressiva - na CBOT na reta final do pregão, concluindo o dia com altas variando de 10 a 15 pontos nos contratos mais negociados. O julho voltava aos US$ 11,75 e o novembro aos US$ 11,30 por bushel.
A retomada das altas em Chicago acomapanham o movimento de queda do dólar, que nesta primeira sessão da semana recuava quase 1% frente ao real, perdendo os R$ 5,40, mas ainda próximo do patamar, já que mantinha os R$ 5,39. Nas últimas sessões, a alta da moeda americana frente à brasileira foi bastante sentida pelos preços na CBOT, com o contrato novembro se aproximandos dos US$ 11,00 por bushel.
"A nova ampliação nas exportações semanais de soja dos EUA dá suporte a soja em Chicago, mas o aumento de oferta da safra nova segue pressionando a soja 2025", afirma o time da Pátria Agronegócios.
E a nova temporada norte-americana, de fato, permanece no foco dos traders. O novo boletim semanal de acompanhamento de safras chega nesta segunda-feira, às 17h (Brasília), e as expectativas são de que o índice de lavouras classificadas como boas ou excelentes sofra um novo corte diante das condições climáticas.
"Para os próximos sete dias são previstos volumes de 25 a 65 mm no Missouri, Wisconsin, Dakota do Norte, norte de Minnesota, centro de Oklahoma, porções de Illinois, leste de Mississipi, oeste do Alabama, extremo oeste de Kentucky e Tennesse, maior parte de Michigan, de Ohio, de Indiana e Kansas. 35 a 75 mm no leste de Iowa também são esperados", segundo o modelo GFS (americano), de acordo com o que reporta o grupo Labhoro.
A consultoria ainda complementa dizendo que, "já modelo europeu, gerado de madrugada, difere do GFS prevendo, em até 10 dias, acumulados leves a moderados na porção leste da planície central, Illinois e Indiana. Para o Tennesse e Mississipi, a tendência é de que o tempo continue seco".
O mercado monitora também os novos números que serão reportados pelo USDA na sexta-feira, 28 de junho, sobre a área da safra 2024/25, além dos estoques trimestrais norte-americanos.
"Vamos ter surpresa agora no fim de junho quando o USDA divulga seu acreage (boletim de área) (...) Na nossa visão, a área de milho vem maior do que o mercado espera, acredito que os americanos tenham plantado entre 91 e 92 milhões de acres e isso vai diminuir um pouquinho a área de soja", projeta o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. "Se isso se confirmar, o mercado vai sim especular, pode dar uma subida forte (na soja) no dia, depois acalma de olho na oferta final, estoques finais, mas pode haver oportunidade no dia 30".
Veja sua análise completa em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta segunda-feira:
Os futuros do farelo de soja também registraram uma segunda-feira de bastante volatilidade, mas encerraram o primeiro pregão da semana com boas altas, de mais de 1% entre as posições mais negociadas. A compra de 228 mil toneladas de farelo pelas Filipinas nos EUA ajudaram a dar suporte ao movimento, sendo todoo o volume da safra 2024/25.
"O motivo é a inversão da curva e poucas ofertas na América do Sul para o segundo semestre. Está mais barato comprar para outubro do que para agosto devido à curva dos futuros. Assim, o julho encerrou o dia com mais de 3% de alta, sendo cotado com US$ 373,50 por tonelada curta, enquanto o setembro subiu mais de 2,5% para US$ 349,80.
MERCADO BRASILEIRO
No mercado brasileiro, como explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o principal ponto de suporte ainda vem do dólar para a formação de preços. Apesar da baixas desta segunda-feira, a moeda americana segue alta, na casa dos R$ 5,39 e favorece a oleaginosa nacional.
"E houve negócios nesta segunda-feira porque o produtor está precisando fazer caixa para pagar dívidas agora no final de junho, outros para pagar insumos. Ele está vendo que estão descasando os valores, precisando de mais soja para comprar fertilizantes, defensivos. E ele está vendo que não está tendo problema na safra americana, com o plantio terminado, o produtor começa a desconfiar de mais pressão em Chicago", explica.
O objetivo do sojicultor, ainda segundo Brandalizze, é continuar fugindo do risco porque ainda há muita soja para negociar. O Brasil já comprometeu cerca de 94 milhões de toneladas da safra 2023/24 de um volume previsto de 148 milhões de toneladas. "O que falta para negociar é mais do que uma safra argentina", diz.
Ainda segundo o consultor, os indicativos desta segunda-feira pouco sinalizaram mudanças tanto no mercado físico, no interior do Brasil, como nos portos e também nos prêmios.
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