Preços da soja preocupam cooperativas agropecuárias gaúchas
Enquanto a produção de soja no Rio Grande do Sul tende a ser positiva depois de anos de frustrações de safra, a formação dos preços para a cultura não está respondendo da mesma forma. A avaliação é do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, ao comentar sobre a produção gaúcha de grãos.
Segundo o dirigente, há diferença entre regiões, onde alguns lugares as chuvas não foram uniformes e outros apresentando um potencial produtivo muito alto. Cita levantamento da Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) que mostra variações de produtividades de 40 a 45 sacos por hectare até 65 sacos por hectare em algumas regiões expressivas de produção. "Se o clima ajudar, lógico, sempre falando de futuro, nós vamos ter uma safra boa no Rio Grande Sul, talvez uma safra excelente de soja", destaca.
Já sobre o milho, o presidente da FecoAgro/RS salienta que, em termos de produção, em alguns lugares onde a cultura foi colhida, em boa parte da região mais quente do Estado, houve alguns fatores que diminuíram produtividades, como a questão de bacteriose e doenças, além do excesso de chuva ou falta de luminosidade que prejudicaram a polinização.
Pires reforça que a questão predominante hoje são os preços, que desceram ladeira abaixo, conforme o dirigente. "Nós temos preços de soja com o menor preço praticado no Rio Grande Sul desde 2020. E no milho os preços são praticamente a metade do ano passado, mesmo com uma baixa dos custos de produção, ele foi impactado", salienta, lembrando também na pecuária a queda do valor do preço pago ao produtor. "Sabemos que o consumidor que vai no mercado não tem a mesma quebra, lógico, não tem a mesma queda de preço. Mas, infelizmente, isso é uma circunstância de mercado. Aqui no Rio Grande do Sul, o preço do boi pago ao produtor reduziu 40% em relação ao ano passado", acrescenta.
Sobre o cenário de preços, o presidente da FecoAgro/RS avalia que não há uma perspectiva de mudança. "A única questão talvez seja o dólar. O restante é do mercado mundial. Existe essa novidade da Argentina com previsão de safra de mais que o dobro do ano passado, e essa expectativa também do milho safrinha do Centro-Oeste, com o atraso do plantio, pode impactar numa menor oferta. É uma coisa do futuro que ainda não se intensificou, não colou na precificação dos produtos ainda, assim como a questão da soja também, essa dita quebra que nós temos na grande região produtora ali em Mato Grosso, enfim, também não se consolida ainda, não se consolida como um fator de precificação", reforça.
O dirigente frisa que as cooperativas agropecuárias gaúchas estão se organizando para receber talvez a maior safra de soja dos últimos anos. Essa questão da soja é importante, nós tivemos dois anos praticamente de estagnação, já que as cooperativas cresceram em outros setores como o setor de insumos, mas no setor de grãos, principalmente na soja, tivemos até um recuo nesses últimos anos", explica.
1 comentário
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Merie Coradi Cuiaba - MT
Má gente!!! Os principais compradores de soja do RS, PR e SC são as cooperativas. Então, comecem pagar mais, assim os demais compradores se obrigam a pagar preços melhores.
ESSE É O CAMINHO CERTO---AS COOPERATIVAS PODERIAM ESTABELECER UMA COTAÇÃO PROPRIA INDEPENDENTE DE CHICAGO---GENTE SE AS COOPERATIVAS QUE SAO UNIAO DE PRODUTORES, QUEM VAI PROTEGER O PRODUTOR???ESSE É UM ASSUNTO A SER DEBATIDO
Os agricultores criaram um monstro chamada cooperativa....agora esse monstro tá devorando os agricultores.....ainda da tempo de acaba com esse monstro...