hEDGEpoint atualiza estimativa de safra da soja 23/24 no Brasil
Mais um mês, mais um combo Conab e WASDE. Na semana passada, os números da soja de ambas as agências vieram em linha com a expectativa média, embora ainda ligeiramente acima dos números das casas privadas.
Após esses importantes relatórios, o objetivo na atualização desta semana é, bem... atualizar o número de safra da hEDGEpoint Global Markets e mostrar um pouco do que está por trás dele.
“Primeiro, vamos entregar o ouro: o número da safra de janeiro da hEDGEpoint é de 153,4M ton, contra 160,1M ton do início de dezembro. Por trás desse declínio está um dezembro quente e seco, como já é de conhecimento do mercado. Ainda assim, há nuances que precisam ser discutidas”, aponta Pedro Schicchi, analista de Grãos e Óleos Vegetais da companhia.
E prossegue: “Com relação ao desenvolvimento, estamos bem no ‘olho do furacão’. A maior parte das áreas está passando pelos estágios reprodutivos da soja, os mais críticos para a produtividade. Na semana passada (7), a Conab informou que 63,4% da área total plantada estava nos estágios de floração ou enchimento de grãos. A soja pode ser bastante resistente a condições climáticas ruins no início do ciclo, mas é nessas etapas de desenvolvimento que ela se torna mais vulnerável. Como se sabe, a disponibilidade hídrica suficiente é especialmente crucial nesse estágio, mas as temperaturas mais baixas também ajudam”.
De modo geral, as condições climáticas em dezembro não foram as melhores. As temperaturas foram bastante altas durante o mês e a precipitação, em média, ficou abaixo do necessário.
“Mais calor significa mais evaporação, o que acentua a questão da falta de água, que certamente afetou as safras este ano. Ainda assim, na segunda metade do mês houve melhora, uma tendência que parece continuar em janeiro. A temperatura nessas duas primeiras semanas tem sido muito mais amena e, portanto, benéfica para as culturas. Além das temperaturas mais baixas, a precipitação também melhorou”, explica o analista.
Para muitas áreas, essa melhora pode não trazer maiores produtividades, pois os danos sofridos já eram irreversíveis quando o clima começou a melhorar. Entretanto, para muitas outras áreas, ainda há tempo, e as melhores condições podem impedir que a produção nacional continue em queda.
NDVI
Por fim, o último input considerado em nossos modelos é o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). O NDVI é usado para quantificar o “quão verde” está a vegetação e é útil para entender a densidade da vegetação e avaliar as mudanças na saúde das plantas (USGS). Embora não seja perfeita, a medida tem uma boa correlação com a produtividade.
“Levando isso em consideração, há dois fatores a serem observados. O primeiro é que regiões importantes (Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e MATOPIBA, por exemplo) estão todas abaixo dos níveis do ano passado e, portanto, muito provavelmente terão resultados piores, o que justifica a tendência recente dos números de safra. O segundo, no entanto, é que o NDVI está, em sua maior parte, em torno da média de 20 anos na maioria dos estados do Brasil, o que suaviza um pouco o tom da quebra. Para fins de comparação, podemos ver quão abaixo da média estavam as safras do Rio Grande do Sul em 21/22 e 22/23, ambas com grandes quebras de safra para o estado”, diz.
Em resumo
O fim das contas é que, na opinião da hEDGEpoint, embora certamente haja motivos para os cortes que estamos vendo, é melhor ter cuidado com números "muito baixos".
0 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira