Soja releva novos dados do USDA e encerra semana subindo mais de 3% na Bolsa de Chicago
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deu um susto no mercado da soja em Chicago logo na sequência da divulgação de seu novo reporte mensal de oferta e demanda nesta sexta -feira (12), levando os futuros da oleaginosa a perderam mais de 2%, porém, aos poucos o mercado foi absorvendo o momento e concluiu o pregão com estabilidade e do lado positivo da tabela.
Assim, os contratos mais negociados subiram de 4,25 a 14,75 pontos, levando o novembro - referência para a safra norte-americana - a US$ 14,54 por bushel, enquanto o janeiro foi a US$ 14,60. Na semana, o saldo mais uma vez foi positivo, levando a altas acumuladas de 3,27% e 3,03% para estas duas posições, respectivamente.
O mercado parece ter 'dado de ombros' aos novos números, mesmo que eles tenham se apresentado completamente opostos às expectativas. Foram revisadas para cima as estimativas do departamento para produção, produtividade e estoques finais de safra 2022/23 para cima. No entanto, as áreas plantada e colhida foram reduzidas.
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O USDA trouxe, por outro lado, um leve aumento das exportações e manutenção na projeção do esmagamento. Enquanto isso, aumentou produção e estoques finais no quadro mundial também.
"Os números foram para assustar não", afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Esse foi um susto de hoje e o que vai comandar o mercado na semana que vem já não é mais esse relatório. Será o relatório de condição de lavouras, que sai (no fim da tarde) de segunda-feira". Ainda segundo o especialista, as mudanças foram tímidas, mas nada que traga uma reverão de cenário para o quadro global de oferta e demanda. "Este não foi um relatório baixista".
Assim, há ainda muito a se definir sobre a nova safra dos Estados Unidos, o clima ainda vai trazer muita preocupação nas próximas semanas e pode continuar a mexer com os números da produção dos Estados Unidos. Os mapas atualizados pelo NOAA, o serviço oficial americano de clima, mostram chuvas ainda esparsas, com os maiores volumes sendo esperados para as porções mais a leste do Corn Belt.
"O modelo climático GFS, gerado nesta tarde, manteve as indicações de clima seco para toda faixa oeste das planícies produtoras, bem como nos estados de Ohio, Indiana, norte e leste de Illinois, sul do Wisconsin, sul e oeste do Minnesota, no norte e sudoeste do Missouri, grande parte de Iowa. Chuvas leves estão indicadas no Michigan, nordeste do Minnesota, oeste de Illinois, sul do Missouri, faixa sul do Texas, grande parte da Louisiana, norte do Mississippi, pontualmente no sudeste de Iowa. Chuvas moderadas são indicadas apenas no centro-sul do Mississippi e pontualmente no sudeste do Missouri", explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
MERCADO NACIONAL
Os ganhos semanais acumulados em Chicago se refletiram em preços melhores também no mercado nacional, porém, os negócios foram, mais uma vez, bastante tímidos. Os produtores continuam receosos e evitando avançar estando melhor capitalizados agora e apostando em oportunidades melhores.
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"O mercado brasileiro de soja teve uma semana de poucos negócios, com alguma melhora na comercialização durante os dias de pico nos preços. As cotações, no acumulado da semana, subiram, acompanhando a sinalização dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago", destacou a consultoria Safras & Mercado em seu reporte semanal desta sexta.
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