Bolsa de Rosário corta 5 milhões de t de soja da safra 2021/22 da Argentina
A continuidade do tempo muito quente e seco na Argentina faz as perdas nas lavouras de soja e milho se agravarem e levou a Bolsa de Comércio de Rosário a reduzir sua estimativa para a safra 2021/22 da oleaginosa a 40 milhões de toneladas, um corte de cinco milhões em relação à sua última projeção.
"2022 continua sem chuvas significativas. Quase 30 dias se passaram sem milímetros significativos para ajudar", afirmam os especialistas da bolsa argentina. "Temperaturas extremas, umidade relativa baixa, dias de ventos contínuos, umidade relativa de 10 a 15% e radiação com valores extremos de watts são algumas das variáveis que foram alinhadas para prejudicarem as lavouras".
As imagens abaixo mostram os níveis de umidade do solo na Argentina em 13 de janeiro de 2022 (à esquerda) e na mesma data em 2021 (à direita).
E em condições ainda piores estão os campos de milho, de acordo com a instituição, que informa também que apesar do aumento de área destinado ao cereal, a baixa produtividade vai neutralizar esse movimento e a safra da Argentina também será menor do que o inicialmente esperado.
Ainda sobre a soja, a bolsa de Rosário afirma também que há atraso no plantio e algumas regiões em que o crescimento das plantas está estagnado em função do clima extremamente desfavorável. Dessa forma, se espera ainda uma baixa expressiva na área com soja no país, podendo passar de 16,2 para algo entre 15,4 e 15,6 milhões de hectares. Trata-se de uma das menores áreas argentinas em quase duas décadas, e isso já contabilizando os 16,2 milhões de hectares inicialmente esperados.
Nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires também trará novas informações sobre a safra argentina e as expectativas são de que uma piora pode vir a ser registrada, por mais uma semana, para as lavouras de soja do país, como se deu na semana passada.
Os especialistas também já começam a calcular as perdas financeiras causadas pela estiagem e pelo calor. As divisas de US$ 36 milhões esperadasas para serem alcançadas com as exportações de grãos e subprodutos deve ficar para trás dadas as perdas registradas no campo.
Ao portal La Nacion, alguns produtores argentinos afirmam que este é um ano perdido. "Foi um fracasso total. É um ano perdido", lamentou o produtor do departamento de Diamante, em Entre Rios, Francisco Sphan ao portal local. Para Diego Sara, que produz na região de Presidente Roca, em Santa Fé, caso as chuvas que estão previstas para este final de semana se confirmem "há esperança de que algo de soja e milho plantado mais tarde possa se recuperar. Do que foi plantado mais cedo, já se perdeu", diz.
O produtor relata uma situação "desesperadora" e que pode ser ainda mais agressiva caso essas precipitações não cheguem no final desta semana. E mesmo que se confirmem, poderiam ser mais um alívio rápido do que uma solução efetiva.
Nesta quarta-feira (12), o USDA revisou a safra da Argentina de 49,5 para 46,5 milhões de toneladas.
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Sérgio de Oliveira Carneiro Goiânia - GO
Ficou errada a descrição no texto, não é 36 Milhões em divisas com exportações, é 36 Bilhões