Soja: Com USDA dentro do esperado, preços sobem nesta 6ª, mas semana é negativa em Chicago
Apesar das boas altas registradas na sessão desta sexta-feira (12) - pós relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - o balanço semanal das cotações na Bolsa de Chicago ainda foi negativo. Entre os principais contratos, as baixas foram de 0,97% a 1,82%, com o março/18 fechando com US$ 9,60 e o maio/18 com US$ 9,72 por bushel.
Neste pregão, as altas passaram dos 10 pontos depois das cotações terem batido, na sessão anterior, em suas mínimas em quatro meses na CBOT. Os números vieram dentro das expectativas do mercado e, como explicaram analistas e consultores, os traders voltaram recompondo parte de suas posições.
Um dos pontos principais para o avanço das cotações foi uma redução trazida para a safra 2017/18 de soja dos Estados Unidos, que caiu de 120,43 para 119,53 milhões de toneladas. E embora dentro das projeções, o mercado não acreditava que esse corte poderia vir neste boletim.
Da mesma forma, porém, foram colocadas mais 2 milhões de toneladas na produção brasileira, agora estimada em 110 milhões de toneladas, enquanto 1 milhão foi tirado da Argentina, para 56 milhões.
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Assim, o equilíbrio entre os números acabou trazendo espaço para essas novas altas observadas neste pregão. Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a tendência é de que o mercado se mantenha estável nos próximos dias, voltando seu foco principal para a questão climática na América do Sul.
Além disso, acredita ainda que as importações de soja da China - mantidas em 95 milhões de toneladas - deverão ser revisadas para cima mais adiante, o que também pode favorecer para um suporte das cotações. Nesta sexta, números das importações chinesas mostraram um forte movimento de compras em dezembro e mais a possibilidade de manutenção desse ritmo, o que acaba se tornando um outro fator positivo para as cotações.
Segundo a AGResource, a queda da produção nos EUA surpreendeu
Dia de relatório e o Mercado se entusiasma com algumas novidades nos números da soja. Com reduções de produtividade na safra 17/18 dos Estados Unidos, que totalizam 119,5 MT colhidas, o balanço final foi equilibrado pela redução das exportações norte-americanas.
Até então, o USDA previa que os EUA poderiam exportar 60,56 MT durante o ano comercial 17/18.
No entanto, assim como a ARC vem alertando desde dezembro, o ritmo de vendas da soja estadunidense e os embarques deixando a desejar, colocou as novas estimativas do Departamento de Agricultura em 58,8 MT.
Além do mais, assim como esperado pelo Mercado, as estimativas de produção da soja no Brasil foram elevadas em 1,5 MT para 67 MT, enquanto que reduzidas em 1 MT na Argentina para 56 MT.
No geral, o relatório teve um tom de alta para os preços, uma vez que reduções de produção nos Estados Unidos não eram esperadas.
No entanto, o Mercado agora volta a ser direcionado pelos mapas climáticos e alguma preocupação generalizada para a safra sul-americana deve aparecer para gerar algum suporte aos preços.
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Mercado Brasileiro
No Brasil, as altas foram apenas pontuais e essa foi mais uma semana de baixas para os preços tanto no interior do país, quanto nos terminais de exportação. A junção dos recuos em Chicago e mais uma intensa queda do dólar nos últimos dias pesou sobre a formação dos indicativos.
A moeda americana, segundo noticiou a agência Reuters, fechou a semana em seu menor nível em quase três meses ao ficar R$ 3,2062 nesta sexta, perdendo 0,38%. No acumulado, a baixa foi de 0,85%, e as baixas vieram mesmo diante de um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil.
"Em termos práticos, o rebaixamento não muda muita coisa, já não somos grau de investimento pelas três principais agências de rating", lembrou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
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As principais referências chegaram a acumular uma baixa de até 3,17%, como foi o caso de Londrina, no Paraná, levando a saca de soja a R$ 61,00. Na contramão, alguns destaques foram registrados, como em Primavera do Leste, em Mato Grosso, onde a cotação subiu 5,26% para R$ 60,00 por saca.
Nos portos, a soja disponível perdeu 1,39% em Paranaguá e 2,35% em Rio Grande, enquanto o produto da nova safra registrou baixas de, respectivamente, 2,08% e 2,42%. Os indicativos principais, portanto, variam de R$ 70,50 a R$ 72,00 por saca.
2 comentários
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Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR
Estamos nas mäos do usda, mas eles väo perdendo a credibilidade,, outras agenciais existem,, e quem pode, segura para vender quando lhe convier. Na verdade a China controla mais de 60 % do mercado internacional de soja,, e eles também mandam muito nos preços deste mercado meio monopolizado por bolsas e clientes. Que nos arrumemos novos mercados como a India e tenhamos outros indicadores que näo só a CBOT,,,
Liones Severo Porto Alegre - RS
Falcatrua do USDA... porque se tivesse ajustado a exportação de soja brasileira de 63,14 para 68,450 milhões de tons e a safra argentina de 56 para 52 milhões de tons, o estoque mundial cairia em quase 10 milhões de tons..., Neste caso o relatório seria extremamente altista. Mas não reduziu a exportação americana para aumentar um pouco o estoque mundial... O mercado com certeza irá considerar isto.
Caro Liones, ha algo errado em sua analise...ou de números...ou de raciocínio...
De fato o USDA utilizou um número próprio no último levantamento para exportação 16/17, sendo que normalmente utiliza o número da Conab, como fez na exportação 17/18. A Conab está sob o comando do MAPA e se tem credibilidade por que fica em silêncio? É realmente uma coisa que não dá para entender.
Sr. Rodrigo, o USDA compartilhou a estimativa de produção da CONAB DE 110 para a produção de soja da safra 2018, porém não compartilhou a exportação efetiva que a CONAB divulgou em 68,150 milhões de tons da safra de 2017. A propósito, de acordo com as alfândegas portuárias a exportação total foi de 68.450,891t, das quais a China abocanhou 54.486,151t ou 79,64% do total embarcado. Você tem toda a razão o MAPA/CONAB deveria impor ao USDA a legitimidade dos números de nossas exportações e não simplesmente atribuir um número de conveniência. Até seria é uma questão de soberania em defesa da nossa agricultura.
Caro Dalzir, não são análises porque são números efetivos/verdadeiros.
Sem dúvida Liones, houve um truque ali por que a estimativa da Conab para 17/18 é de 65 mi de ton. É inadmissivel que ninguém com autoridade institucional não tenha percebido isso. Custo a acreditar que tenha sido um erro grosseiro do USDA, então isso precisa ser esclarecido, ou então contando com a desfaçatez dos órgãos públicos brasileiros tenham feito de propósito. O que está certo é que há um erro grosseiro aí.
Mencionei apenas a situação do Brasil e Argentina, porém o USDA usa outros artifícios "fakes" para engrossar o estoque global de soja. Ex: atribuiu a China o estoque final de soja em 20,390 milhões de tons, que nada mais é que o somatório da produção de soja chinesa com o estoque médio da soja nos portos. Tudo para criar o fantasioso estoque mundial de 98,57 milhões de tons que não existem e nunca existirão porque toda a soja produzida tem sido consumida. Detalhe: a soja produzida pela China é para consumo humano e nem deveria entrar na tabela de oferta & demanda mundial, até porque não será disponibilizada. Se somarmos os estoques dos países produtores que acordo com seus respectivas Ministérios de Agricultura chegaremos ao estoque real mundial de 35,72 milhões de tons (uso para 36 dias) e nunca ao estoque do USDA de 98,57 milhões de tons (uso para 100). Assim que somos dominados no quesito preço !!!
Esses erros ajudam a tirar credibilidade ao USDA
Sr. Carlo, não tira a credibilidade porque a maioria dos participantes do mercado agrícola assume e avaliza como verdadeiros esses números.
Esses erros tiram é dinheiro do nosso bolso.
Liones...safra brasileira exportação de 63...para 68...5 milhões a mais..em exportação... Argentina de 56...,para 52...menos 4 milhões em exportação... Logo teríamos uma diferença em números redondos de 1 milhão no estoque e não 10 milhões...
Dalzir - Brasil exporta 5,31 mi t a mais e Argentina produz 4,0 a menos, diminuiu a oferta/estoque em 9,31 milhões de tons.
Dalzir achei que teu raciocinio estava certo, porem reli tres vezes a resposta do Liones... Ai entendi.. O estoque mundial e' calculado com base nos produtores... Entao o Brasil exportou mais e ficou com menos... A Argentina produziu menos, entao ficou com menos-... ENTAO MENOS COM MENOS, SE SOMAM... E' isso ????