Apesar das inundações, 30% do preço pago ao produtor pela soja na Argentina irá para o Governo nacional
Os produtores afetados pelas inundações na Argentina que perderão parte da colheita prevista de soja deverão transferir - de todas as maneiras - 30% dos seus lucros ao Governo nacional.
O site Valor Soja aponta um exemplo: um produtor que plantou nesta safra 200 hectares de soja de primeira etapa, esperando uma produtividade de 67 sacas por hectare, projetou - com um preço esperado para maio de US$270/tonelada - um valor bruto de US$216 mil.
Se a soja não estivesse sob um imposto de exportação de 30%, as chamadas "retenciones", o ingresso bruto esperado para este produtor poderia ser de US$304 mil dólares. Ou seja, US$88 mil dólares vão direto para as mãos do Estado.
No entanto, com as inundações em curso, pode ser que este produtor perca 100 dos 200 hectares de soja plantados. Considerando apenas os custos diretos - sem arrendamento - a perda nesta safra é de US$22 mil.
Ficam apenas 100 hectares. Supondo que o cultivo afetado pelos excessos hídricos possa recuperar-se sem problemas - algo difícil, porém, não impossível - para finalmente alcançar uma colheita de 67 sacas por hectare, então o ingresso bruto obtido na colheita, em maio, seria de US$108 mil dólares.
Se não houvessem os 30%, este cenário seria de US$152 mil dólares. Com isso, o Valor Soja destaca que, apesar da perda registrada por conta das inundações, o produtor transferirá, mesmo assim, US$44 mil dólares ao Estado nacional.
Os empresários agrícolas - em conjunto - são as principais fontes de renda da economia argentina. Na safra 2016/17 se prevê que a entrada de dinheiro proveniente dos cultivos de soja, milho, trigo, girassol, cevada e sorgo, considerando arrendamentos em 50% da área agrícola nacional, superará os US$12 bilhões.
Tradução: Izadora Pimenta
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