Rabobank eleva estimativas para preços de soja e milho com incerteza sobre safra dos EUA

Publicado em 30/07/2015 12:08

O banco internacional Rabobank aumentou suas perspectivas para os futuros da soja e do milho, segundo informou o site internacional Agrimoney. Ao mesmo tempo porém, fez um alerta sobre a possibilidade de uma ameaça do dólar mais alto aos preços das commodities. A instituição voltou a falar sobre a intenção de um aumento da taxa de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve, "com muitos observadores esperando que o país eleve seus custos de empréstimos ainda no final deste ano". 

Enquanto esse quadro de um dólar mais alto pode pressionar as cotações nas bolsas internacionais - uma vez que as torna menos atrativas por serem mais caras para os compradores - o que permitiu essa revisão positiva para os preços foram as adversidades climáticas registradas em áreas importantes de produção, como o Meio-Oeste dos Estados Unidos. 

O plantio do milho e, principalmente o da soja, sofreram com o excesso de chuvas nos EUA, com o país registrando acumulados historicamente altos para os meses de maio - o mais chuvoso em 121 anos - e junho. No início de julho, as condições ainda eram desfavoráveis. Ao mesmo tempo, problemas são registrados também na Ásia, na Europa e na África, principalmente no caso do milho. 

Assim, o Rabobank elevou sua projeção para o preço do milho praticado em Chicago em US$ 0,30 trazendo a perspectiva de volta dos US$ 4,00 por bushel ainda nos próximos três meses e o valor podendo chegar a US$ 4,16 até março de 2016. "O balanço 2015/16 não pode registrar uma produtividade muito abaixo da média (nas lavouras da nova safra dos EUA)", informou a nota do banco. 

Enquanto a perspectiva do banco é de que a produtividado do grão fique em torno de 172,52 sacas por hectare, as incertezas ainda grandes sobre os impactos das adversidades climáticas mantêm as estimativas do mercado, de uma forma geral, trabalhando em um intervalo bastante grande, com projeções que variam de 169,35 a 176,55 scs/ha. 

Para a soja, a alta projetada pelo banco ficou em US$ 0,70 e as perspectivas para os futuros entre outubro e dezembro com uma média de US$ 9,60 por bushel. "Os estoques da safra velha estão apertados", disse a nota do Rabobank. "O USDA, no mês passado, mostrou estoques inesperadamente baixos enquanto ainda tivemos um clima muito úmido nos Estados Unidos. A incerteza sobre o potencial produtivo aumentou. Os estoques americanos não poderão enfrentar uma produtividade no intervalo mais baixo dos 40 bushels por hectare (45,35 sacas/hectare). Em agosto, mês determinante para a definição do rendimento nos EUA, o clima tem que ser bom", informou o banco. 

Novo boletim do USDA e previsões do tempo para os EUA

No dia 12 de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e, à espera desses números, o mercado internacional de grãos atua com volatilidade. A ansiedade dos traders, de acordo com os analistas e consultores, é sobre as possibilidades de o departamento trazer, nesse próximo reporte, os impactos reais das condições desfavoráveis de clima no Meio-Oeste americano durante o início da nova safra. 

Para Ênio Fernandes, consultor em agronegócios, esse é um movimento "extremamente normal" do mercado nesse momento, que caminha para o final do mercado climático. "E vai aumentar muito essa volatilidade até o dia 12 de agosto. Esse deverá ser um dos dias mais nervosos do mercado e, em minha opinião, será o mais importante do ano", diz. "Será muito difícil os produtores dos EUA conseguirem os 46 bushels por acre (52,17 sacas/hectare), completa. 

Segundo os últimos mapas de previsões mais extendidas para os EUA divulgados pelo NOAA - departamento oficial de clima do país - as chuvas no Corn Belt devem ficar acima da média no Meio-Oeste americano e as temperaturas, abaixo, como mostram as imagens abaixo.

No período de 4 a 8 de agosto, há 33% a 40% de as temperaturas ficarem abaixo da média nos estados mais ao norte e de 33% a 50% de ficarem acima nos estaos do Centro-Sul dos EUA. No caso das precipitações, todo o Corn Belt, de acordo com o NOAA, conta com probabilidade de 33% a 40% de volumes acima do normal para o período. 

Previsão de temperaturas para os EUA de 4 a 8 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de temperaturas para os EUA de 4 a 8 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas para os EUA de 4 a 8 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas para os EUA de 4 a 8 de agosto - Fonte: NOAA

Já para 6 a 12 de agosto, a probabilidade de que os principais estados produtores dos EUA tenham temperaturas mais baixas do que o normal fica entre 33% e 40%, enquanto o índice para chuvas acima da média também fica nesse intervalo.

Previsão de chuvas para os EUA de 6 a 12 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de chuvas para os EUA de 6 a 12 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de temperaturas para os EUA de 6 a 12 de agosto - Fonte: NOAA

Previsão de temperaturas para os EUA de 6 a 12 de agosto - Fonte: NOAA

Com informações do site internacional Agrimoney

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Roberto Viel Lacerdópolis - SC

    Vamos ser realistas, o produtor que não souber fazer contas que pegue um caniço e vá pescar, e deixe o lavoureiro de verdade plantar..., a coisa mais lógica é vc ter um custo e uma estimativa de produção... ai vc dispensa comentários de analistas ou apenas leem, sigam seus custos, façam 5 vendas (média)... ou, se estiver faturando alto, venda de uma só vez ou (duas)... se nós SEGURARMOS a soja vamos faturar de 70,00 a 80,00 reais por saca..., foi isso que eu já comentei há 30 dias..., estamos com o custo altíssimo, nada mais justo que ter melhores preços de venda.... Os que mandam no mundo não tem soja, a safra por lá já passou por sérios problemas e falta muito tempo para chegar na colheita, portanto sabe-se lá o que poderá acontecer, (sem contar com a estiagem pelo resto do mundo)... Não vendam a soja, aguardem melhores preços.

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  • E B AGRO Comercializações Agrícolas Itanhangá - MT

    Uma vez que o dólar vem aumentando a patamares tão elevados e os insumos agrícolas serem, em sua grande maioria, negociados com esta moeda, nada mais equacional do que aumentar os preços dos grãos usando a mesma conversão (dólar/bushel para reais/saca). O produtor está tendo de fazer milagre em um país que não sabe se caminhará em direção ao guarani ou se engatará marcha-ré ladeira abaixo!

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    • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

      No último relatório do rabobanco, divulgado aqui mesmo no NA, os especialistas projetavam a soja futura em us$ 8,50/bushel... Cheguei a conclusão que de boca de "analista de mercado futuro" e ladrão pego na lavajato pode sair de tudo mesmo...

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    • mauro camacho sanches Catalão - GO

      Se consultores do rabobanco entendessem d mercado e soja não estariam entalados c créditos fornecidos aos mais apertados operadores do agronegócio brasileiro. Kkkk

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    • diogo patua barreiras - BA

      Exelente comentário, Sr. Luiz Alfredo.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Pois é Sr. Viganó o pessoal do rabobank é muito burro não é mesmo? Vender a 10,50 para liquidar em 8,50. Esperto mesmo é quem compra a 10,50 para vender a 12,50.

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