Soja ameniza perdas, mas ainda opera em campo negativo em Chicago com impacto do financeiro
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, na sessão desta segunda-feira (6), seguem trabalhando em campo negativo. As posições mais negociadas, por volta das 13h10 (horário de Brasília), trabalhavam com perdas de dois dígitos, porém, ainda mantendo o patamar dos US$ 10,00 por bushel. O contrato novembro/15, referência para a safra americana, era cotado a US$ 10,17, recuando 12,75 pontos.
O recuo das cotações era motivado, principalmente, pelo nervosismo do mercado financeiro e pela elevada aversão ao risco por parte dos investidores, que acabam por deixar suas posições em ativos mais frágeis - como as commodities - para migrarem para outros mais seguros - como o dólar, por exemplo. Segundo explicaram especialistas ao site InfoMoney, a reação inicial de todos os mercados é negativa, o euro já recua expressivamente frente ao dólar, bem como os principais índices acionários americanos.
E com esse movimento, a moeda norte-americana registrava um dia de ganhos não só frente ao real, mas a uma cesta de principais moedas ao redor do mundo, principalmente o euro. A divisa, também por volta de 13h10, trabalhava com alta de 0,19% para R$ 3,146, depois de bater os R$ 3,15 ao longo dos negócios até esse momento. Assim, os preços nos portos brasileiros também conseguiam manter alguns de seus patamares importantes.
A soja disponível, em Paranaguá, era cotada a R$ 73,00 por saca, e em R$ 73,60 por saca no porto de Rio Grande. Já a soja da safra nova tinha referência de R$ 74,00 no terminal paranaense e de R$ 76,00 no gaúcho.
Para Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o reflexo dessa tensão no financeiro é momentâneo para os grãos, principalmente por conta de fundamentos ainda positivos para soja, milho e trigo. "Trata-se do impacto imediato", diz. E apesar dessas baixas acentuadas, para o consultor, o mercado reagiu "bem" a essas informações ao garantir, ao menos, o patamar dos US$ 10,00.
"O mercado da soja conseguiu sustentar bem o patamar dos US$ 10/bushel, e isso é muito importante. No caso do milho ainda está bem acima dos US$ 4/bushel, e do trigo tentando segurar os US$ 6/bushel", analisa. "Acredito que nos próximos dias o mercado já se recupere, volte aos seus fundamentos e esqueça a Grécia", completa.
Paralelamente, há ainda o acompanhamento do clima nos EUA e a espera pelo novo boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga depois do encerramento do pregão em Chicago, às 17h. Neste último final de semana, mais chuvas chegaram ao Meio-Oeste americano, porém, com menor volume e de forma mais ditribuída, o que também está, segundo analistas internacionais, sendo considerado pelo mercado.
Trazendo ainda mais especulação para o mercado internacional, os traders aguardam pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz na sexta-feira, 10 de julho, e as expectativas já sobre a possibilidade dos números virem - ou não - refletindo os impactos de uma menor área em relação às expectativas e das chuvas excessivas no Corn Belt.
Embarques Semanais - USDA
Na semana que terminou em 2 de julho, os EUA embarcaram 197,441 mil toneladas de soja, com expectativas que variavam de 110 mil a 270 mil toneladas. Assim, os embarques acumulados no ano comercial 2014/15 já somam 48.084,204 milhões de toneladas, com a última projeção do USDA para as vendas totais de 49,26 milhões de toneladas desta temporada.
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