Soja: Mercado fecha com melhores preços em três semanas na CBOT e estabilidade no Brasil
Nesta terça-feira (9), o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou mais uma sessão em alta e com seus melhores preços em três semanas. As posições mais negociadas terminaram o dia com ganhos de 4,75 a 7,75 pontos e o novembro valendo US$ 9,25 por bushel. Os futuros do farelo de soja também fecharam o pregão em alta, pelo segundo dia consecutivo, e concluíram os negócios com os patamares mais altos desde o final de abril.
Nos portos brasileiros, preços estáveis. Em Rio Grande, a soja disponível fechou o dia valendo R$ 68,50 por saca e a futura R$ 73,00; já em Paranaguá, R$ 68,00 e R$ 72,00, respectivamente, no último caso, com uma baixa de 0,7%. No interior do país, o dia também foi de manutenção para as cotações em quase todas as principais praças de comercialização do país.
E segundo explicam analistas, os preços no mercado futuro americano contaram com um conjunto de fatores para registrar esse novo avanço.
Entre os fundamentos, o mais importante nesse momento tem sido o quadro climático nos Estados Unidos. Há um excesso de chuvas no Meio-Oeste americano que já compromete o desenvolvimento dos trabalhos de campo e começa a preocupar os produtores. O plantio está atrasado em diversos estados como Iowa, Kansas e Missouri, e algumas áreas, como mostram relatos, correm o risco da necessidade de serem replantadas, mesmo com uma janela apertada para isso.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrou que o plantio da soja chegou a 79% da área até o último domingo (7) e o número ficou abaixo da média dos últimos cinco anos e também do registrado no mesmo período anterior. Além disso, o departamento informou ainda que 69% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, índice que ficou abaixo das expectativas dos traders e se apresentou menor do que o registrado no mesmo período da safra 2014/15.
E as últimas previsões climáticas indicam ainda novas chuvas para importantes regiões produtoras para esta semana, de acordo com informações do site norte-americano Farm Futures. Já para o período dos próximos 6 a 10 dias essas situação deve ser amenizada, com precipitações mais limitadas e de menor volume, além de indicar um tempo mais quente.
"O mercado passou (nesta terça-feira) por uma correção de preços para tentar uma realidade volte a se encaixar com o mercado vendedor, tanto do mercado spot quanto da safra nova", explicou Vlamir Brandalizze. O consultor da Brandalizze Consulting afirma que o mercado está vazio de oferta das principais origens - Estados Unidos, Brasil e Argentina - e isso também acaba sendo um fator positivo para as cotações em Chicago.
"Temos um mercado comprador muito ativo por parte dos chineses, asiáticos de uma forma geral, europeus, e os vendedores não estão dispostos a participar do mercado com esses níveis de preços", diz. E no Brasil, esse cenário se intensifica com sessões de baixa do dólar frente ao real.
Nesta terça-feira, a moeda norte-americana fechou o dia com queda de 0,29% a R$ 3,1010 na venda e, nos últimos dois pregões, a baixa acumulada já é de 1,57%. De acordo com informações da agência de notícias Reuters, o mercado recuou refletindo "expectativas de entradas de recursos diante das recentes captações corporativas no Brasil". No entanto, principalmente no cenário internacional, a perspectiva de um aumento das taxas de juros nos Estados Unidos limitou a baixa.
"Há uma expectativa relevante de entradas que faz com que, na ausência de grandes notícias, o dólar tenha algum alívio aqui", disse o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho à Reuters, ressaltando que o anúncio do programa de infraestrutura pelo governo federal nesta manhã também contribuiu para o bom humor.
Assim, os negócios no Brasil com a soja disponível seguem pontuais, acontecendo de forma mais expressiva em dias de picos da moeda norte-americana, ainda de acordo com o consultor. Isso acontece, principalmente, porque o produtor já comercializou um bom volume da safra 2014/15 e agora tem condições mais favoráveis para acompanhar o desenvolvimento dos principais fatores de formação dos preços e atua de forma cautelosa.
Já os negócios da safra 2015/16 estão um pouco mais aquecidos diante de melhores indicadores de valores nos terminais de exportação. Os valores, nos melhores momentos até agora, chegaram a algo entre R$ 74,50 e R$ 75,00 por saca e estimularam as vendas futuras nos últimos dias, ainda como explica Vlamir Brandalizze.
Veja como fecharam as cotações completas nesta terça-feira:
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