Soja: Dólar em alta favorece preços no Brasil; em Chicago, estabilidade
A sessão desta quinta-feira (21) é mais um dia de pouca movimentação para as cotações na Bolsa de Chicago. Depois de baixas consecutivas, o mercado internacional da oleaginosa testou uma ligeira recuperação mais cedo, porém, por volta das 13h (horário de Brasília), já operava novamente em campo negativo, com perdas de pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos.
No Brasil, porém, o dólar em alta frente ao real e referências ligeiramente melhores em Chicago m relação à sessão anterior, influencia de forma positiva na formação dos preços e, em Rio Grande, por exemplo, a cotação da soja disponível já recuperava os R$ 67,00 por saca, enquanto o valor para o produto da safra nova passava de R$ 72,00. Em Paranaguá, estabilidade nos R$ 66,00 por saca.
No mesmo momento, a moeda norte-americana subia mais de 1% frente à brasileira, cotada a R$ 3,0436. O mercado segue atento à cena política e econômica do país, principalmente o futuro do ajuste fiscal proposto pelo governo federal no Congresso Nacional. Além disso, nesta quarta saiu ainda a nova taxa de desemprego, que cresceu para 6,4% em abril e é a maior desde março de 2011, de acordo com informações do IBGE, sem contar a prévia do PIB divulgada pelo Banco Central dando conta de uma retração de 0,81% no primeiro trimestre de 2015, trazendo sinais de uma recessão na economia do país.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os fundamentos da nova safra norte-americana estão no foco principal dos traders e são o principal fator de pressão sobre as cotações, principalmente nas posições mais distantes. O vencimento novembro/15, referência para a safra dos EUA, era cotado a US$ 9,17.
O que equilibra o andamento das cotações, porém, segundo analistas, são os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta sobre as vendas semanais para exportação. O volume foi maior do que o registrado na semana anterior, porém, ficou aquém das expectativas do mercado.
Na semana que terminou em 14 de maio, as vendas de soja dos EUA somaram 243 mil toneladas, incluindo as duas temporadas. As expectativas do mercado eram de 420 mil toneladas. Foram 165,5 mil toneladas da safra 2014/15, 21% a mais do que na semana anterior, e mais 77,5 mil da safra 2015/16, contra 88 mil da semana anterior.
No atual ano comercial, as vendas norte-americanas já somam 49.801,9 milhões de toneladas, número que fica acima da última projeção do departamento para as exportações totais dos EUA para esta temporada de 48,99 milhões de toneladas.
Derivados - O USDA trouxe ainda um expressivo avanço nas vendas semanais de farelo de soja dos EUA. Foram 103 mil toneladas na semana que terminou no último dia 14, contra 45,2 mil da semana anterior. Assim, o total acumulado da safra 2014/15 sobe para 10.397,2 milhões de toneladas, contra 11,61 milhões projetadas para as exportações totais do ano comercial corrente. Os principais compradores foram Marrocos, México e Israel.
Sobre a safra 2015/16, o USDA reportou um cancelamento de 2 mil toneladas do derivado.
O departamento informou ainda que foram vendidas 9,9 mil toneladas de óleo de soja da safra velha, contra 7,3 mil da semana anterior. No acumulado do ano, o total chega a 695,6 mil toneladas frente à estimativa do USDA de 860 mil para todo o ano comercial.
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