Soja: Mercado em Chicago abre a semana em campo positivo nesta 2ª feira
Nesta manhã de segunda-feira (11), o mercado internacional da soja opera, mais uma vez, em campo positivo. Por volta das 7h35 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 4,50 e 5,50 pontos nos principais vencimentos praticados na Bolsa de Chicago. O vencimento julho, o mais negociado nesse momento, era cotado a US$ 9,81 por bushel.
O mercado testa uma recuperação depois das baixas leves registradas no final da última semana. Além disso, como explicam analistas, há ainda os investidores se posicionando para o reporte do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que acontece nesta terça-feira, 12 de maio.
E, paralelamente, o desenvolvimento da nova safra norte-americana também é acompanhado, principalmente o comportamento climático no país. Hoje, em um novo boletim semanal, o USDA atualiza seus dados do acompanhamento de safras. Os últimos mostravam que, até o último dia 3, 13% da área destinada à oleaginosa já havia sido semeada.
Veja como fechou o mercado na última segunda-feira:
Soja: Mercado fecha a semana com estabilidade em Chicago e preços em baixa no Brasil
O mercado internacional da soja registrou uma semana bastante movimentada nas últimas sessões, porém, nesta sexta-feira (8), os negócios mantiveram a estabilidade no fechamento do pregão na Bolsa de Chicago. O contrato julho/15, o mais negociado nesse momento, encerrou cotado US$ 9,76, estável em relação à última segunda-feira (4), enquanto o setembro/15 subiu 0,10% no saldo semanal e ficou em US$ 9,57 por bushel.
Além dos preços da soja em grão, a semana foi imporante também para os derivados - farelo e óleo - frente a notícias internacionais de que a demanda por ambos seguia bastante aquecida no quadro global. Entre os futuros dos principais vencimentos do óleo, as altas semanais passam de 1%. Já o farelo apresentou certa estabilidade, porém, com uma leve baixa de 0,23% para o contrato setembro, que passou de US$ 308,90 para US$ 308,20 por tonelada.
E as perspectivas, segundo explica o consultor Liones Severo, do SIMConsult, são positivas para ambos os mercados, uma vez que as margens de esmagamento das indústrias chinesas seguem positivas e registrando níveis historicamente bons, além de o consumo apresentar números que as justificam.
"A demanda mundial de farelo de soja está 16,8% maior, isso desde inicio do ano safra mundial em outubro até o mês de abril. O farelo negociado no mundo equivale a 80 milhões de toneladas de soja em grãos. A Argentina é o maior fornecedor e suas exportações estão a 32,4%. O Brasil está 12,2% e Estados Unidos a 12%, todos acima do ano anterior no mesmo período", afirma Severo. "O farelo de soja não permite armazenagem de longo prazoporque tem alta combustão e o aumento das exportações se traduz em consumo efetivo. Portanto, as exportações devem se manter nos mesmos níveis até o final do ano safra, o que resultará em um aumento do consumo na equivalência soja de 13,44 milhões de toneladas. O aumento do consumo de farelo de soja atribui-se ao aumento dos rebanhos e alojamentos, resultante dos elevados preços das carnes", completa.
De acordo com o último reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre vendas para exportação, os números mostram que, o total de soja norte-americana já comprometido no acumulado da temporada é de 49,411 milhões de toneladas, contra a última projeção da instituição de 48,72 milhões de toneladas para as exportações totais. Sobre o óleo de soja, as vendas dos EUA já totalizam 678,4 mil toneladas contra a projeção do departamento de 860 mil toneladas para o ano comercial e as de farelo já totalizam 10,227 milhões contra a estimativa total do USDA de 11,61 milhões de toneladas para o ano comercial.
Nova Safra dos EUA
O mercado futuro americano trabalha ainda diante das expectativas sobre a nova safra dos Estados Unidos e de que forma o impacto do comportamento do clima no país impacta sobre o desenvolvimento dos trabalhos de campo. E a perspectiva da analista da Labhoro é de que no próximo reporte de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a área do plantio apresente um novo bom avanço e que o índice fique entre 20 e 22%.
"Nesta manhã de sexta-feira (8), os mapas estão mostrando um diminuição das chuvas nos próximos 8 dias para o Meio-Oeste, Delta e alguns estados do sul. Estavam previstas chuvas de até 100mm, mas os mapas hoje já estão mostrando que as chuvas serão de 40mm a 45mm dependendo da localidade", afirma Andrea Sousa Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora.
"E essa diminuição das chuvas vai permitir a continuidade dos trabalhos de plantio", ainda segundo explica a analista, porém, esse quadro poderia também, caso se extenda, comprometer o bom desenvolvimento das plantas e causar algum alerta no mercado. Mas, ainda é prematuro dizer como os negócios irão se comportar frente a essas informações.
USDA Oferta e Demanda - 12 de Maio
Além desses fatores, há ainda as expectativas dos traders pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz na próxima terça-feira, 12 de maio, o que pode gerar muitas especulações entre os negócios em Chicago. E as principais perspectivas indicam para uma redução nos estoques finais norte-americanos, bem como uma elevação nas estimativas para as exportações de soja dos EUA na safra 2014/15.
"Temos um ritmo das vendas semanais que já ultrapassaram a marca que o USDA trabalha, então, ou começamos a verificar cancelamentos intermináveis - no que eu, particularmente não acredito - ou veremos o USDA ajustando essa projeção. E com esse ajuste, obviamente veremos uma redução nos estoques", acredita Andrea. "Porém, a Labhoro não defende qualquer linha altista (...) Qualquer ajuste nesse número, em se considerando uma safra grande com condições normais, teríamos estoques ainda muito saudáveis lá na frente. Então, há de se ter um cuidado ao se falar de estoques", completa.
Mercado Brasileiro
No mercado brasileiro, as cotações também iniciaram a semana registrando melhores patamares e chegaram a registrar, novamente, valores acima dos R$ 70,00 nos principais portos do país. Os preços foram favorecidos por valores mais altos na Bolsa de Chicago, além de prêmios positivos e ainda fortes - apesar do recente leve recuo - e também de uma valorização do dólar.
E esse quadro chegou até mesmo a incentivar novas vendas no Brasil, com os produtores aproveitando boas oportunidades de comercialização. "Os produtores venderam muito bem na semana passada e no início dessa semana, agora se retraíram um pouco mais depois que o mercado voltou a cair", relata o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Somente na segunda, o Brasil negociou cerca de 1 milhão de toneladas.
Entretanto, com o passar dos dias, a moeda norte-americana voltou a perder força e fechou a semana acumulando uma baixa de mais de 3%. Na última segunda-feira (4), o dólar bateu em R$ 3,08 e nesta sexta, perdeu, mais uma vez, os R$ 3,00 e fechou próximo de R$ 2,98.
Assim, no porto de Paranaguá, o preço da soja disponível caiu, na semana, 1,16% para R$ 68,00 por saca, enquanto em Rio Grande a baixa foi de 1,45% e terminou com R$ 68,00 também. Em Santos, a cotação foi de R$ 70,00 para R$ 68,80, perdendo 1,71%. Já a soja da próxima temporada, com entrega em maio/16, fechou com R$ 71,80 no porto gaúcho, depois de bater na máxima de R$ 74,50 durante a semana.
No interior do país, as baixas variaram entre 0,79% e 0,87% nas principais praças de comercialização do Brasil, segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas juntos à cooperativas e sindicatos rurais. A exceção foi São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, onde a soja subiu 1,89% e passou de R$ 53,00 para R$ 54,00 por saca.
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