Soja fecha semana com alta de até 4% nos portos do Brasil e preços acima de R$ 70
A disparada do dólar e as vendas da safra do Brasil evoluindo bem nos últimos dias pressionaram os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (13) e o mercado fechou a semana em campo negativo. Os principais vencimentos encerraram o dia com perdas de 15,25 a 18,25 pontos, com todos operando na casa dos US$ 9,70 por bushel.
"Soja, milho e trigo foram pressionados em Chicago pela forte alta do dólar. Commodities e ações, ambas sentiram essa pressão e a preocupação é de que os produtos norte-americanos tornam-se mais caros para a exportação e, consequentemente, menos competitivos", explicou o analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures, Bob Burgdorfer.
A moeda norte-americana terminou os negócios desta sexta-feira com ganhos de mais de 2,5%, a R$ 3,2490, registrando o maior valor em quase 12 anos. Na máxima da sessão, a divisa bateu nos R$ 3,2815. A turbulência no quadro político e econômico do país tem sido o principal fator de alta para a divisa, e o cenário, segundo especialistas, é de continuidade desse movimento.
E essa forte alta do dólar tem motivado um avanço da comercialização da safra brasileira, com os preços nos portos brasileiros chegando aos melhores momentos da temporada. Em Rio Grande, a máxima do dia foi de R$ 74,20/saca com entrega para maio/15. E esse maior volume de vendas no Brasil, principalmente nos estados centrais do país, e bons volumes de soja chegando aos portos para exportação também contrinbui para a pressão nos preços, segundo explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
De acordo com números levantados pelo consultor, a safra brasileira deve chegar a 91,730 milhões de toneladas nesta temporada e, desse total, até a última terça-feira (10), já havia 52% comercializado. "E de terça até esse final de semana pelo menos mais 3% foi vendido e chegamos a 55%. Os produtores venderam muito bem nesses últimos dias", diz.
Há cerca de três semanas, o total da comercialização batia em 40%, ou seja, ainda de acordo com Brandalizze, foi negociado, em menos de um mês, 15% da safra - algo entre 14 a 15 milhões de toneladas - depois, principalmente, dessa disparada do dólar. "Tivemos bons negócios acontecendo em todas as regiões do Brasil", concluiu o consultor.
"O cenário está se desenhando para pior e não há parâmetros técnicos para o mercado. Já perdemos a referência faz tempo", diz o economisa Jason Vieira em entrevista ao Notícias Agrícolas. A relação do governo com sua base aliada está cada vez mais fragilizada e a popularidade da presidente Dilma Rousseff vem caindo sem parar, o que ajuda a piorar o cenário e a deteriorar ainda mais a credibilidade do país.
Na semana, os preços da soja nos portos brasileiros acumularam uma alta de 1,38 a 4,35%, com todos os terminais apresentando cotações acima dos R$ 70,00 por saca. Em Paranaguá, para o produto com entrega em abril/15, o último preço da semana foi de R$ 72,00; em Rio Grande, R$ 73,50 e em Santos, R$ 72,00.
No interior do país, os preços também dispararam nas principais praças de comercialização. Em Não-Me-Toque/RS, a alta semanal foi de 4,2% para R$ 62,00; em Cascavel, 3,39% para R$ 60,00; em Tangará da Serra/MT, 5,88% para R$ 55,00; em Jataí/GO para R$ 61,00, 2,52% e em São Gabriel do Oeste/MS, 3,64% para R$ 57,00.
0 comentário
Soja fecha no vermelho em Chicago nesta 2ª feira, com pressão ainda vinda dos fundamentos e dólar
Sim! Há demanda para toda a soja que o mundo está produzindo na safra 2024/25
Soja segue operando com estabilidade em Chicago nesta 2ª, mas passa para o campo negativo
Soja/Cepea: Clima favorável reforça perspectiva de maior oferta, e preço cai
Aprosoja MT apresenta sugestões ao Governo de MT para regulamentação da Lei da Moratória da Soja
Soja sobe levemente na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira, acompanhando altas entre os derivados