Soja: Mercado acompanha queda do petróleo e termina sessão com perdas de dois dígitos em Chicago
Na sessão desta quarta-feira (4), os futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram em campo negativo. As principais posições da oleaginosa encerraram o pregão com desvalorizações entre 13,25 e 14,50 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 9,72 por bushel, depois de ter fechado o dia anterior a US$ 9,87 por bushel.
As cotações futuras da commodity voltaram a recuar após os ganhos expressivos observado na sessão desta terça-feira. De acordo com o analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, a forte queda registrada nos preços do petróleo, aliada ao mau humor do mercado financeiro pesaram sobre as commodities. A commodity encerrou o dia com queda de 4,31% e o barril negociado a US$ 48,71.
O mercado foi pressionado pelo aumento nos estoques de petróleo nos Estados Unidos, que subiram pela quarta semana consecutiva e atingindo um recorde, conforme dados da AIE (Administração de Informação de Energia). Os estoques chegaram a 9 milhões de barris por dia, contra a média histórica de 6 milhões de barris.
"Além disso, tivemos a firmeza do dólar frente a outras moedas de países emergentes, o que ocasionou um movimento de aversão ao risco. A maior disponibilidade da oferta de farelo de soja no mercado norte-americano também contribuiu para pressionar o mercado da oleaginosa em Chicago", explica Vanin.
Ainda na visão do analista, os preços da soja deverão permanecer mais pressionados até que as especulações sobre a nova safra dos EUA comecem a chegar no mercado. "E no último trimestre da temporada, temos uma oferta menor do grão no mercado norte-americano, então podemos ter oportunidades melhores de negócios entre os meses de maio e junho", acredita.
Mercado interno
Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de pouca movimentação no mercado interno brasileiro. Em Não-me-toque (RS), a saca da soja subiu 0,94% e chegou a R$ 53,50. Em Cascavel (PR), a cotação também registrou ligeira alta, de 0,91%, com a saca da oleaginosa cotada a R$ 55,50.
No Porto de Rio Grande, a saca da soja para entrega em maio/15, subiu 0,48%, negociada a R$ 62,80. Na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), o preço caiu 1,02%, e a saca da soja chegou a R$ 48,50. Em Jataí (GO), o dia também foi de queda, com a saca a R$ 53,50 e perda de 0,19%. No Porto de Paranaguá, a saca do grão para entrega em abril, o preço caiu 0,79%, negociada a R$ 62,50.
Nas demais praças, o dia foi de estabilidade. "Apesar da alta do dólar, tivemos a queda nos preços da soja no mercado internacional e tivemos um dia menos movimentado em termos de fixação. Nesse momento, o produtor deve observar a sazonalidade das coisas e se preparar para fazer os movimentos e fixa a soja", acredita o analista.
Dólar
A moeda norte-americana fechou a sessão desta quarta-feira com forte alta, de 1,78%, negociado a R$ 2,7420 na venda. Esse é o maior patamar de fechamento desde 23 de março de 2005. Na máxima do dia, o câmbio chegou a R$ 2,7490. Conforme informações da agência Reuters, o dólar encontrou suporte na queda do petróleo e a expectativa de que os juros nos Estados Unidos deverão subir em meados desse ano.
Veja como fecharam os preços nesta quarta-feira:
0 comentário

Clima favorável no EUA, guerra comercial e boa comercialização no BR pesam sobre a soja em Chicago nesta 4ª feira

Soja intensifica baixas em Chicago nesta tarde de 4ª feira, pressionada pelo clima favorável nos EUA

Famato apresenta proposta de padronização do processo de classificação da soja na Câmara Setorial do Mapa

Soja tem novo recuo em Chicago nesta 4ª feira, ainda pressionada pela guerra comercial e safra americana

Analisando Sua Comercialização: Preços têm variado forte entre as principais regiões produtoras e estratégias também

Vendas de soja na Argentina atingem ritmo mais lento em 11 anos