UE diz preferir negociações, mas propõe primeiras tarifas sobre importações dos EUA

Publicado em 07/04/2025 18:52 e atualizado em 07/04/2025 20:07
Comissão propôs suas primeiras tarifas retaliatórias de 25% sobre uma série de importações dos Estados Unidos em resposta às tarifas de aço e alumínio de Trump

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Por Philip Blenkinsop

LUXEMBURGO (Reuters) - A Comissão Europeia disse nesta segunda-feira que ofereceu um acordo tarifário "zero por zero" para evitar uma guerra comercial com o presidente norte-americano, Donald Trump, conforme os ministros da União Europeia concordaram em priorizar as negociações, ao mesmo tempo em que contra-atacaram com tarifas de 25% sobre algumas importações dos Estados Unidos.

O bloco de 27 países enfrenta tarifas de importação de 25% sobre aço e alumínio e automóveis e tarifas "recíprocas" de 20% a partir de quarta-feira para quase todos os outros produtos sob a política de Trump de atingir os países que ele diz imporem altas barreiras às importações dos EUA.

Na noite desta segunda-feira, a Comissão propôs suas primeiras tarifas retaliatórias de 25% sobre uma série de importações dos EUA em resposta às tarifas de aço e alumínio de Trump, em vez das taxas mais amplas.

A lista, no entanto, foi reduzida depois que o Executivo da UE cedeu à pressão dos Estados-membros e removeu bourbon, vinho e laticínios depois que Trump ameaçou uma contratarifa de 200% sobre as bebidas alcoólicas da UE. A França e a Itália, grandes exportadores de vinho e bebidas alcoólicas, ficaram particularmente preocupadas.

O comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, disse nesta segunda-feira que a retaliação teria um impacto menor do que os 26 bilhões de euros (US$ 28,4 bilhões) anunciados anteriormente. As tarifas para a maioria dos produtos entrarão em vigor em 16 de maio e algumas a partir de 1º de dezembro.

Os ministros que supervisionam o comércio se reuniram em Luxemburgo nesta segunda-feira para debater a resposta da UE, bem como discutir as relações com a China. Muitos disseram que a prioridade era iniciar negociações para remover as tarifas de Trump, em vez de combatê-las.

Michal Baranowski, vice-ministro da Economia da Polônia, disse em uma coletiva de imprensa após a reunião que seus pares da UE não queriam ser "agressivos".

Sefcovic disse que as discussões com Washington estavam em um estágio inicial e que ele havia oferecido tarifas "zero por zero" para carros e outros produtos industriais, expressando esperança de que as discussões pudessem começar.

No entanto, o principal assessor comercial de Trump minimizou nesta segunda-feira a pressão do bilionário da tecnologia Elon Musk por "tarifas zero" entre os EUA e a Europa, chamando o presidente-executivo da Tesla de "montador de carros" que depende de peças de outros países.

"Embora a UE permaneça aberta a negociações -- e prefira fortemente -- não vamos esperar indefinidamente", disse Sefcovic, acrescentando que o bloco avançaria com contramedidas.

A remoção do bourbon da lista de itens sujeitos às tarifas retaliatórias da UE sobre as importações dos EUA "seria uma ótima notícia, e esperamos que seja esse o caso", disse Chris Swonger, chefe-executivo do Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos. "Seria o primeiro passo para que os setores de bebidas destiladas dos EUA e da UE voltassem a ter tarifas zero por zero e desvincular os produtos de bebidas destiladas dessas disputas comerciais mais amplas."

UE MANTÉM TODAS OPÇÕES DE RETALIAÇÃO EM ABERTO

O bloco deve produzir um pacote maior de contramedidas até o final de abril, como resposta às tarifas norte-americanas sobre automóveis e às tarifas mais amplas.

Sefcovic deixou claro que a UE está pronta para considerar todas as opções de retaliação. Uma delas é o Instrumento Anticoerção da UE, que permite que a UE tenha como alvo os serviços dos EUA ou limite o acesso das empresas norte-americanas às licitações de compras públicas da UE.

"Estamos preparados para usar todas as ferramentas para proteger o mercado único", disse ele, fazendo eco às opiniões do ministro do Comércio da França, Laurent Saint-Martin.

Em uma guerra de tarifas sobre mercadorias, Bruxelas tem menos alvos do que Washington, já que as importações de mercadorias dos EUA pela UE totalizaram 334 bilhões de euros em 2024, contra 532 bilhões de euros de exportações da UE.

Alguns países da UE, especialmente aqueles expostos ao comércio com os Estados Unidos, pediram cautela. O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Harris, descreveu o Instrumento Anticoerção como "a opção nuclear".

Baranowski, da Polônia, disse que os membros da UE estavam dispostos a manter as opções em aberto, com ênfase na proporcionalidade.

"Várias ideias foram colocadas sobre a mesa. Alguns países mencionaram serviços. Outros não. Alguns países mencionaram serviços digitais, outros não", disse ele.

(Reportagem de Philip Blenkinsop, Sudip Kar-Gupta, Bart Meier, Rachel More)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP

    Muitos paises como a UE, e China, levam muita vantagem, em protecionismo, no comércio com os EUA. O que o Trump faz, é apenas restabelecer uma reciprocidade, ou recuperar uma competição justa. E ele ainda esta aberto ao diálogo, para quem quizer fazer acordo, seja com paises, ou empresas.

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    • Mauricio Girelli Benjamim Constant do Sul - RS

      Kkkk

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    • Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP

      Voces conhecem o mais novo LACRADOR do N. A. mAUricio Girelli. K kkkkk.

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    • Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP

      O novo Bolsista .

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    • Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP

      Sempre que as eleições se aproximam, esta coluna se enche de esquerdistas, com suas narrativas estapafúrdias, mas como isso faz parte da democracia, temos que atura-los

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    • Mauricio Girelli Benjamim Constant do Sul - RS

      Se possível apague os post acima. Dizem mais sobre vc do que de mim!

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    • Adilson Garcia Miranda São Paulo - SP

      Quem consegue apagar post é o João Batista, mas ele é democrático.

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    • Elói Petry Batista Rolador - RS

      Nosso concorrente é o EUA. Além disso, nós tratam como quintal. A China compra nosso soja, nossa carne. A China é nossa maior parceira comercial. Está na hora das pessoas esclarecidas do agro, que tem voz e representação, explicarem aos imbecilizados pela ideologia que é de tirar o boné americano. Felizmente o Governo está sendo pragmático e está defendendo nosso agro. O viralatismo da extrema direita de dizer amém para as decisões do Governo Americano não ajudam em nada

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