Presidente do Fed de St. Louis espera mais cortes nos juros, mas diz que trajetória é menos clara
Por Michael S. Derby
NOVA YORK (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de St. Louis, Alberto Musalem, disse nesta quarta-feira esperar que o banco central dos Estados Unidos possa continuar a cortar a taxa de juros, mas alertou que o ritmo das ações futuras está ficando menos claro.
Com a probabilidade de que a inflação continue a cair para a meta de 2% do Fed, "o afrouxamento adicional da política moderadamente restritiva em direção à neutra será apropriada ao longo do tempo", disse Musalem no texto de um discurso preparado para ser apresentado em uma conferência de política monetária da Bloomberg.
"Ao longo dessa trajetória básica, parece importante manter a opcionalidade, e pode estar chegando o momento de considerar a redução do ritmo das reduções da taxa de juros, ou uma pausa, para avaliar cuidadosamente o ambiente econômico atual, as informações recebidas e a evolução das perspectivas", disse ele.
Os mercados financeiros esperam que o Fed reduza sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual em relação à faixa atual de 4,50% a 4,75% na reunião de 17 e 18 de dezembro, já que o banco central busca ajustar a postura da política monetária à inflação em queda e a um mercado de trabalho mais equilibrado.
Entretanto, a perspectiva de longo prazo para a política monetária ficou menos clara após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais do mês passado nos EUA. Trump concorreu com uma plataforma de tarifas de importação, deportação de imigrantes sem documentos e cortes de impostos, o que poderia reacender as pressões inflacionárias e desestabilizar o cenário econômico.
Em suas falas, Musalem disse que a política monetária está "bem posicionada" para lidar com as perspectivas e que a atual postura restritiva é apropriada, uma vez que as pressões do núcleo dos preços permanecem acima da meta de inflação de 2% do Fed. Ele também disse que "no ambiente atual, flexibilizar a política monetária muito cedo representa um risco maior do que flexibilizar muito pouco ou muito lentamente".
Musalem disse que pode levar mais dois anos para que a inflação atinja a meta do banco central e afirmou que uma postura paciente da política monetária é apropriada, dado o atual nível de inflação em uma economia "forte" e um mercado de trabalho que está em níveis compatíveis com o pleno emprego.
Ele disse que espera que o crescimento se modere na direção do potencial de longo prazo da economia em meio a um maior esfriamento do mercado de trabalho e à moderação do crescimento da remuneração. "Espero que o mercado de trabalho permaneça consistente com o pleno emprego, enquanto a taxa de desemprego aumenta modestamente em direção às estimativas de sua taxa natural", acrescentou Musalem.
(Reportagem de Michael S. Derby)
0 comentário
Índices marcam recordes de alta com impulso de ações de tecnologia e falas de Powell
Ibovespa fecha quase estável com pressão de Vale; Suzano e BRF sobem
Comissão de Agricultura aprova projeto que zera PIS/Cofins para adubos e fertilizantes
Quatro membros do Mercosul apoiam novos termos de acordo comercial e aguardam aprovação da UE
Taxas de juros curtas sobem e traduzem 44% de chance de alta de 100 pontos-base da Selic este mês
XP vê altas de 1 p.p. na Selic em dezembro e janeiro e prevê período de "freio de arrumação" em 2025