Inflação da zona do euro desacelera em novembro e coloca BCE contra os mercados

Publicado em 30/11/2023 07:32 e atualizado em 30/11/2023 08:03

Logotipo Reuters

FRANKFURT (Reuters) - A inflação da zona do euro caiu muito mais do que o esperado em novembro, o que desafia a narrativa do Banco Central Europeu de que o aumento dos preços continua persistente, e deve alimentar apostas de cortes nos juros.

A alta dos preços ao consumidor nas 20 nações que compartilham o euro caiu para 2,4% em novembro, de 2,9% em outubro, bem abaixo da expectativa de 2,7%, sob influêncoa de quase todos os itens - com a notável exceção dos preços dos alimentos não processados.

Até mesmo as pressões subjacentes sobre os preços diminuíram mais rapidamente do que o previsto, com o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia e é avaliado de perto pelo BCE, caindo de 4,2% para 3,6% devido a uma grande queda nos preços dos serviços.

A rápida desaceleração da inflação coloca o BCE e os investidores em rota de colisão, já que os dois parecem ver caminhos muito diferentes à frente, tanto para os preços ao consumidor quanto para as taxas de juros do BCE.

O BCE argumenta que a dinâmica subjacente é mais persistente do que parece e que a inflação voltará a ficar acima de 3% no próximo ano, atingindo a meta de 2% do banco central apenas no final de 2025, em parte devido ao rápido crescimento dos salários nominais.

Isso exigirá que o banco mantenha sua taxa de depósito em um nível recorde de 4% por um longo período.

Outros dados divulgados nesa quinta-feira mostraram que o desemprego se mantém em um nível recorde de 6,5% apesar de uma contração econômica, o que apoia esse argumento já que destacam o quanto o mercado de trabalho da zona do euro está apertado.

No entanto, os investidores estão cada vez mais ignorando a orientação explícita da presidente do BCE, Christine Lagarde, de manutenção dos juros estáveis por vários trimestres, precificando uma combinação de 115 pontos-base de cortes para o próximo ano, com uma primeira mudança em abril totalmente na conta.

Um dos principais motivos da discrepância é que as próprias projeções do BCE têm um histórico ruim. Nos últimos anos, o BCE foi forçado várias vezes a abandonar sua própria orientação depois de ter recuado em relação às expectativas do mercado.

(Reportagem de Balazs Koranyi)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário