Kremlin diz que plano do Brasil sobre Ucrânia merece atenção, não viu nenhuma proposta da França
(Reuters) - O Kremlin disse nesta terça-feira que os esforços do Brasil para mediar o conflito na Ucrânia "merecem atenção", e que não tinha visto nenhum plano para um acordo de paz apresentado pela França.
A Bloomberg informou anteriormente que o presidente da França, Emmanuel Macron, estava procurando se aproximar da China com um plano que pudesse formar a base para as conversações entre Moscou e Kiev.
Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu críticas dos Estados Unidos na segunda-feira por seus recentes comentários sugerindo que o Ocidente havia incentivado o conflito ao fornecer armas para a Ucrânia. Ele disse que Washington deveria parar de enviar armas para a Ucrânia e começar a falar sobre a paz.
Lula propôs estabelecer um grupo de países não envolvidos com a guerra para intermediar a paz, dizendo aos repórteres no domingo que havia discutido a idéia com os líderes da China e dos Emirados Árabes Unidos.
Perguntado sobre a sugestão de Lula, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: "Quaisquer idéias que levem em conta os interesses da Rússia merecem atenção e certamente precisam ser ouvidas"
Vários países e líderes mundiais, incluindo o chinês Xi Jinping, o francês Macron e o presidente turco Tayyip Erdogan, tentaram se posicionar como possíveis pacificadores, quase 14 meses depois da guerra.
A Rússia diz que está aberta a conversações, mas deixou claro que estas só se realizariam em seus próprios termos. Diz que a Ucrânia deve aceitar as "novas realidades" no terreno -- especificamente sua anexação de quatro territórios ucranianos, consideradas ilegais por Kiev e pelo Ocidente.
A Ucrânia tem repetidamente dito que não discutirá a paz ou um cessar-fogo até que as tropas russas deixem cada centímetro de seu território reconhecido internacionalmente, com o presidente Volodymyr Zelenskiy dizendo que qualquer trégua temporária simplesmente permitiria à Rússia se reagrupar para um futuro ataque.
A Bloomberg relatou na terça-feira que Macron estava tentando trabalhar com a China para elaborar um plano que pudesse ser usado como base para as conversações entre os dois lados.
O Kremlin disse que viu os relatos, mas que não tinha estado em contato com a França sobre o assunto. "Não temos conhecimento da existência de nenhum plano francês, não recebemos nada do lado francês", disse Peskov.
(Reportagem da Reuters)
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