Dólar patina com exterior avaliando próximos passos do Fed após alívio inflacionário nos EUA
O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira, acompanhando mais uma sessão de fraqueza da moeda norte-americana no exterior após sinais de alívio inflacionário nos Estados Unidos, embora estes dividissem atenções com comentários recentes de autoridades do Federal Reserve, que renovaram seu compromisso de combater a inflação.
Às 10:20 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,07%, a 5,0891 reais na venda, depois de mais cedo ter chegado a cair 0,47%, a 5,0616 reais. A moeda mostrou alguma instabilidade durante a primeira hora de negociações, trocando de sinal várias vezes, mas sem se afastar muito da cotação de fechamento da véspera.
Na B3, às 10:20 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,13%, a 5,1185 reais.
A movimentação tímida desta manhã vinha após a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário ter fechado a última sessão em queda de 0,87%, a 5,0853 reais, seu menor patamar em oito semanas, num movimento internacionalmente coordenado de busca por ativos arriscados.
"O grande culpado pela forte melhora de humor verificada ontem foi um CPI (índice de inflação ao consumidor dos EUA) menor do que o esperado, o que alimentou expectativas de que o pico da inflação tenha ficado para trás", disseram estrategistas da Guide Investimentos em relatório.
Na véspera, a leitura estável dos preços ao consumidor norte-americano para julho impulsionou as bolsas globais e derrubou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes em mais de 1%, sua maior queda diária em cinco meses. Nesta manhã, o índice dava sequência a sua trajetória descendente, recuando 0,36%, a 104,840, por volta de 10h (de Brasília).
"Não obstante, diversos dirigentes do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) voltaram a reforçar que a batalha contra a inflação está longe de ganha, e que existem grandes chances de o Fomc (comitê de decisão de política monetária do Fed) seguir subindo o juro 2023 adentro", disse a Guide, notando que isso reduziu ligeiramente o ímpeto do movimento de alta de ativos de risco iniciado na quarta-feira e estendido para esta quinta.
Na véspera, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que o banco central dos EUA está "muito, muito longe de declarar vitória" sobre a inflação, enquanto o chefe do Fed de Chicago, Charles Evans, disse acreditar que o juro básico norte-americano precisará chegar a 4% até o final do próximo ano. Quanto mais altos os custos dos empréstimos na maior economia do mundo, mais o dólar tende a se beneficiar.
Mesmo assim, os comentários dos membros do Fed não foram o suficiente para mudar as apostas majoritárias de que o banco central elevará sua taxa básica em 0,50 ponto percentual em setembro. Antes dos dados de inflação ao consumidor, a maioria dos mercados via um ajuste mais intenso, de 0,75 ponto, como mais provável.
"No curto prazo, os ativos de risco provavelmente continuarão a subir mais e o dólar continuará caindo até que: 1) o Fed se reafirme e seja enérgico em sua rejeição a condições financeiras mais frouxas ou 2) a economia comece a enfraquecer materialmente", disseram estrategistas do Citi em relatório.
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