Petróleo tem maior queda em em mais de uma década com divergência entre Rússia e Opep
NOVA YORK (Reuters) - O petróleo Brent sofreu nesta sexta-feira a maior queda diária em mais de 11 anos, após a Rússia ter se oposto a amplos cortes de produção sugeridos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os preços da commodity em meio à epidemia de coronavírus e a Opep ter revidado com a remoção de seus próprios limites de bombeamento.
Mais de 1 milhão de contratos de petróleo WTI foram negociados durante o dia, depois de o pacto entre Rússia e Opep, que já durava três anos, ter entrado em colapso.
"Os preços despencaram porque a reunião da Opep acabou sendo um fracasso épico por parte de todos os envolvidos. A Rússia claramente decidiu empregar uma abordagem de terra arrasada para o mercado de petróleo: cada país por si", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.
Os contratos futuros do petróleo Brent tiveram a maior queda percentual diária desde dezembro de 2008, fechando em baixa de 4,72 dólares, ou 9,4%, a 45,27 dólares por barril. Esse é o menor nível de fechamento do Brent, valor de referência internacional, desde junho de 2017.
Já o petróleo dos EUA, WTI, desabou 4,62 dólares, ou 10,1%, e encerrou o dia cotado a 41,28 dólares o barril, nível mais baixo de fechamento desde agosto de 2016 e maior queda percentual diária desde novembro de 2014.
Mais de 4,58 milhões de contratos de primeiro mês do WTI trocaram de mãos nesta semana, a mais movimentada da história para o vencimento.
Tanto Brent quanto WTI acumulam perdas de mais de 30% no ano até este momento.
A divisão entre Opep e Rússia reviveu temores relacionados ao "crash" do mercado de petróleo de 2014, quando os sauditas e os russos passaram a brigar por participação no mercado com produtores dos EUA, que nunca participaram de acordos para limitar a oferta.
A Opep vinha pressionando por cortes adicionais de produção de 1,5 milhão de barris por dia até o final de 2020.
O acordo levaria os cortes totais de produção da Opep+, aliança entre a Opep, os russos e outros países, para um total de 3,6 milhões de bpd, ou cerca de 3,6% da oferta global.
"(A partir de 1° de abril) todos produtores de petróleo poderão produzir o quanto quiserem", disseram analistas do ABN Amro em relatório. O banco holandês cortou sua projeção de preço para o Brent em 2020 em 15,5%, para 49 dólares por barril.
O banco ressaltou, no entanto, que o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, indicou que haverá mais encontros informais sobre as propostas de cortes nas próximas semanas.
ABN Amro reduz projeção de valor do petróleo Brent no 1º tri para US$ 40/barril
(Reuters) - O ABN Amro reduziu nesta sexta-feira sua projeção para o preço do petróleo Brent ao final do primeiro trimestre de 2020 para 40 dólares por barril, contra 60 dólares/barril projetados anteriormente.
A instituição também diminuiu a estimativa de preço médio do Brent em 2020 para 49 dólares por barril, de 58 dólares/barril vistos previamente, enquanto a projeção para o preço médio do petróleo dos Estados Unidos (WTI) neste ano foi reduzida para 43 dólares por barril.
"Devido à queda na demanda global por petróleo, em conjunto com o já existente excesso de oferta, que provavelmente crescerá ainda mais, os preços do petróleo devem operar em menor nível, e por mais tempo", disse o ABN Amro.
Nesta sexta-feira, depois de a Rússia se opor aos cortes de produção sugeridos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os preços da commodity, as cotações cederam cerca de 10%. Tanto Brent quanto WTI acumulam quedas de mais de 30% em 2020.
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Carlos Augusto Brasília - DF
Essa desvalorização do Petróleo vai chegar ao Brasil? Vamos ter gasolina mais barata?