Acordo para cortes da Opep desmorona com resistência russa; petróleo despenca
Por Rania El Gamal e Alex Lawler e Olesya Astakhova
VIENA (Reuters) - Os planos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo para cortes profundos e prolongados na produção foram frustrados nesta sexta-feira, porque a Rússia --país não membro da Opep-- se recusou a apoiar a medida, argumentando que era muito cedo para prever o impacto de um surto de coronavírus na demanda global de energia, fontes disseram à Reuters.
O fracasso em garantir um acordo entre a Opep, a Rússia e outros membros de uma aliança conhecida como Opep+, que sustenta os preços do petróleo desde 2016, fez com que a cotação do petróleo de referência despencasse.
O Brent perdeu quase um terço do seu valor este ano, caindo para 47 dólares o barril, aumentando a pressão em países dependentes de petróleo e colocando muitas empresas de xisto e outras companhias de energia dos EUA em sérias dificuldades.
"O acordo está encerrado", disse uma fonte da Opep.
Fontes da organização disseram à Reuters que a Arábia Saudita, líder do cartel e maior produtor de petróleo do grupo, falhou em conseguir um acordo com a Rússia nas negociações desta sexta-feira.
Como resultado, o acordo existente de cortes na produção expirará em março, para que membros da Opep e produtores não-Opep possam, em teoria, bombear produção à vontade em um mercado já com excesso de oferta, disseram fontes.
Os preços do petróleo caíram mais de 6%, ficando abaixo de 47 dólares por barril e atingindo o menor nível desde julho de 2017.
Os ministros da Opep disseram na quinta-feira que o surto de coronavírus exigia ação, pois medidas para impedir a propagação do vírus diminuem a atividade econômica global e a demanda de petróleo.
As previsões para o crescimento da demanda em 2020 foram reduzidas, mas Moscou há muito argumenta que é muito cedo para avaliar o impacto, e fontes disseram que o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, transmitiu a mesma mensagem nesta sexta-feira.
Dentro da sede da Opep, as consultas informais continuaram por mais de seis horas, já que a reunião oficial dos ministros da Opep+ foi repetidamente adiada.
(Reportagem de Shadia Nasralla e Ahmad Ghaddar)
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