Ibovespa mostra volatilidade com clima de expectativa para ações de BC; BRF recua após balanço
A bolsa paulista experimentava mais uma sessão volátil nesta terça-feira, conforme o mercado continua monitorando notícias sobre o surto de coronavírus e ações de governos e bancos centrais para atenuar o efeito no crescimento global, com BRF também sob os holofotes após resultado trimestral.
Às 11:47, o Ibovespa caía 0,29 %, a 106.313,45 pontos. Até o momento, o principal índice de ações da B3 já oscilou da mínima de 106.266,42 pontos à máxima de 107.216,06 pontos. O volume financeiro era de 5,481 bilhões de reais.
Ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G7 disseram nesta terça-feira que usarão todas as ferramentas econômicas apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e se proteger contra os riscos negativos do coronavírus, em meio a temores de recessão global.
As taxas dos títulos da dívida norte-americana já refletiam uma possibilidade de corte no custo do dinheiro nos Estados Unidos neste mês.
"Com o clima de corte de juros, muita gente está voltando com a estratégia de comprar bolsa e comprar dólar", afirmou o gestor Alfredo Menezes, da Armor Capital, no Twitter.
Para o chefe de renda variável e estratégia global de ações do Julius Baer, Patrik Lang, o coronavírus é um choque externo temporário, e esses choques diferem das recessões tradicionais, onde os desequilíbrios econômicos precisam ser ajustados e tendem a ser dolorosos e demorados.
"Continuamos argumentando que o choque da semana passada (que derrubou as bolsas nos EUA) será temporário e que o 'sell-off' provavelmente dará lugar a uma recuperação em forma de V nos próximos meses", afirmou em nota a clientes.
Agentes financeiros a 'Super Terça" nos Estados Unidos, quando 14 Estados e um território realizam nesta terça-feira as primárias podem indicar melhor qual pré-candidato presidencial democrata os eleitores preferem para desafiar o presidente republicano Donald Trump em novembro.
DESTAQUES
- BRF ON caía 4,7%, mesmo após reportar lucro no quarto trimestre, conforme analistas afirmaram que o Ebitda ficou abaixo do esperado, enquanto a companhia também anunciou revisão da sua projeção sobre endividamento. Em teleconfência, executivos afirmaram que a margem bruta de 25% no quarto trimestre se comprovou sustentável.
- VALE ON avançava 2,5%, contribuindo do lado positivo. Analistas do Morgan Stanley elevaram a recomendação dos papéis da Vale negociados em Nova York para 'overweight', com preço-alvo de 13,5 dólares, defendendo que as ações estão "muito baratas para ignorar". Eles estimam retomada dos dividendos no segundo semestre do ano.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 2,2% e BRADESCO PN cedia 1,9%, também pesando no Ibovespa, com o setor de bancos do Ibovespa como um todo no vermelho nesta sessão. BTG PACTUAL UNIT perdia 3,2%.
- BRASKEM PNA subia 5,5%, no segundo dia de recuperação, após queda de quase 15% em fevereiro.
- HYPERA ON avançava 3,9%, ainda embalada na recepção positiva ao anúncio da compra de ativos latino-americanos da japonesa Takeda Pharmaceutical por 825 milhões de dólares, maior aquisição da história da farmacêutica brasileira que surgiu em 2001.
- CVC BRASIL ON valorizava-se 2,7%, em sessão de recuperação, após fechar em queda de 10,6% na véspera após reportar ter encontrado indício de erro contábil em seu balanço. Em fevereiro, as ações acumularam queda de 29,5%, na esteira da valorização do dólar ante o real e disseminação global do surto do coronavírus, com potencial efeito na demanda por viagens.
- EMBRAER ON caía 1,1%. O Credit Suisse cortou o preço-alvo dos ADRs da empresa na véspera para 19 dólares, de 23 dólares anteriormente, citando risco maior de uma maior retenção de recursos da venda de aviação comercial, a fim de fornecer maior liquidez na empresa remanescente. Eles estimam a divisão comercial em 18 dólares por ação e a parte restante em 1 dólar.
- PETROBRAS PN mostrava elevação de 0,5%, conforme os preços do petróleo também avançam no mercado internacional, com o Brent em alta de mais de 1,5%.
0 comentário
Dólar à vista fecha em alta de 0,08%, a R$ 6,1106 na venda
Taxas futuras de juros curtas cedem e longas sobem no Brasil em dia de novos receios com tarifas de Trump
Autoridades do Fed destacaram novos riscos de inflação relacionados às políticas de Trump, mostra ata
China espera aumento no número de viagens de Ano Novo, apesar da crise econômica
Brasil fecha 2024 com saída líquida de US$18,014 bi, pior resultado em quatro anos
Ações europeias caem com salto de rendimentos de títulos por temores com juros e tarifas