STF torna Jucá réu em caso de "propina eleitoral" da Odebrecht
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e transformou em réu nesta terça-feira o presidente do MDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), sob a acusação de pedir e receber propina para atuar em favor da Odebrecht na tramitação de duas medidas provisórias no ano de 2014.
Segundo a acusação, feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot o pagamento da propina foi feito por meio de uma doação de 150 mil reais ao então diretório do PMDB de Roraima --esse repasse depois bancou a campanha do filho de Jucá, Rodrigo, então candidato a vice-governador daquele Estado.
Em troca, segundo a PGR, o senador atuou para alterar legislações tributárias de interesse do grupo Odebrecht em duas iniciativas legislativas.
Os ministros da turma, por unanimidade, votaram para seguir o voto do relator, Marco Aurélio Mello, e transformar réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Durante o julgamento, o advogado de Jucá, Antonio Carlos de Almeida Prado, o Kakay, afirmou não haver indícios de materialidade que justificariam abrir a ação penal contra seu cliente. "Para ele, os fatos não tinham a possibilidade de serem classificados como ilegais, muito menos criminosos."
(Reportagem de Ricardo Brito)
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