BC volta a atuar e dólar tem forte queda, perto do patamar de R$ 3,20
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda firme ante o real nesta terça-feira, influenciado pela volta do Banco Central ao mercado cambial e também pelo recuo da moeda norte-americana no exterior.
Às 12:15, o dólar recuava 0,77 por cento, a 3,2136 reais na venda, depois de ter acumulado ganho de 1,98 por cento nos dois pregões anteriores.
Na mínima do dia, o dólar foi a 3,1924 reais. O dólar futuro cedia cerca de 1 por cento.
"O Banco Central agiu para preservar a segurança do mercado e dar mais tranquilidade aos agentes diante dos fatos externos", destacou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. O último leilão de swap tradicional havia sido em 12 de dezembro passado.
O BC anunciou na noite passada a volta nesta sessão com os leilões de swaps tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares--, decisão tomada após avaliar as condições de mercado.
E a autoridade vendeu a oferta integral de até 12 mil contratos para rolagem dos vencimentos de fevereiro, que somam o equivalente a 6,431 bilhões de dólares.
Se mantiver o mesmo ritmo de swaps ofertados nos próximos dias e vendê-los na íntegra, o BC rolará o volume total em 11 leilões. A última vez que o BC entrou no mercado de câmbio foi dia 13 de dezembro, com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse mais cedo que a autoridade monetária poderá sempre fornecer hedge a empresas se os mercados não estiverem funcionando bem e se houver problemas de liquidez, acrescentando ainda que o BC pode usar suas ferramentas cambiais dentro do regime de câmbio flutuante, que considera a primeira linha de defesa da economia contra choques externos.
O mercado externo também contribuía para o movimento de queda do dólar nesta sessão. A moeda norte-americana cedia ante uma cesta de moedas e divisas de emergentes, como o peso mexicano.
Os investidores reagiam ao discurso da primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmando que o Reino Unido deixará o mercado comum da União Europeia quando sair do bloco, acrescentando que o acordo final de saída será enviado para votação no Parlamento.
O discurso ajudou a recuperar a libra nos mercados de câmbio.
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