China tem vulnerabilidades crescentes e poucas proteções para lidar com os choques, diz FMI
Por Sue-Lin Wong
PEQUIM (Reuters) - A China precisa implementar reformas com mais urgência, conforme a economia enfrenta vulnerabilidades crescentes e há poucos amortecedores para lidar com eventuais choques, disse o primeiro vice-diretor-gerente do FMI, David Lipton, no final de sua visita a Pequim.
"A previsão de crescimento no curto prazo melhorou devido à recente política de suporte", disse Lipton, de acordo com uma cópia de seus comentários preparados fornecida para a Reuters.
"A previsão para o médio prazo, porém, é mais incerta devido ao rápido crescimento do crédito, excesso de capacidade estrutural e um setor financeiro crescentemente maior, sem transparência e mais interconectado", acrescentou Lipton no final de sua visita a Pequim.
No ano passado, a economia chinesa cresceu no seu ritmo mais lento em 25 anos, afetada pela fraca demanda interna e externa, desaceleração nos investimentos e supercapacidade, particularmente em setores industriais como os de aço e carvão.
Analistas dizem que esforços continuados do governo para estimular a atividade e atingir as metas de crescimento estão levando a um aumento da dívida, elevando as preocupações sobre os perigos do sistema bancário do país, que tem registrado os níveis mais altos de inadimplência em 11 anos.
"A dívida corporativa, embora continue administrável, está alta e crescendo rapidamente" disse Lipton, completando que a China precisa de um plano abrangente e de ações concretas --especialmente para as estatais-- para evitar problemas sérios à frente.
O FMI espera que a economia chinesa cresça cerca de 6 por cento em 2017. Pequim estabeleceu uma meta de crescimento de pelo menos 6,5 por cento pelos próximos cinco anos, embora alguns analistas acreditem que os níveis reais de crescimento já estejam muito mais fracos do que os dados oficiais sugerem.
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