Dólar amplia alta e atinge R$ 4,1306, máxima desde setembro
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliou a alta em relação ao real nesta quarta-feira, reagindo ao profundo mau humor nos mercados externos conforme os preços do petróleo desabavam e à apreensão com as perspectivas brasileiras.
Às 15:57, o dólar avançava 1,61 por cento, a 4,1200 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 4,1306 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 29 de setembro, quando alcançou 4,1551 reais.
"Prevalece a aversão a risco nos mercados internacionais. O petróleo não para de cair e todo alívio tem se mostrado temporário", disse o operador da corretora Correparti Guilherme França Esquelbek.
O petróleo nos EUA desabava abaixo de 27 dólares por barril nesta quarta-feira pela primeira vez desde 2003, refletindo a sobreoferta nos mercados globais e expectativas de demanda fraca diante da fraqueza no crescimento econômico global.
O recuo da commodity arrastou consigo boa parte dos mercados globais, como as bolsas chinesas e norte-americanas. Os três principais índices norte-americanos recuavam mais de 3 por cento, com o Standard & Poor's 500 atingindo seu menor nível desde fevereiro de 2014.
No mercado de câmbio, a moeda norte-americana avançava quase 2 por cento em relação ao peso mexicano, para uma nova máxima histórica, mesmo após o banco central do país entrar no mercado vendendo dólares.
No Brasil, a pressão era corroborada por incertezas sobre a estratégia do governo para enfrentar a crise econômica. Além de preocupações com a possibilidade de que o governo possa recorrer ao afrouxamento fiscal para estimular a atividade, alguns operadores temem que o Banco Central evite aumentar os juros diante da recessão econômica.
"Sazonalmente, os primeiros meses do ano são de fluxo positivo, mas não é isso que estamos vendo. O contexto técnico está muito desfavorável e a incerteza sobre o BC potencializa", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.
O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 7,329 bilhões de dólares, ou cerca de 70 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.
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