Governo lança programa de proteção a emprego que prevê redução de salário e jornada

Publicado em 06/07/2015 21:43
na REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O governo enviou nesta segunda-feira ao Congresso medida provisória que cria um programa de proteção ao emprego e prevê redução da jornada de trabalho e de salário por meio de acordo coletivo para empresas que comprovarem passar por dificuldades, em um momento de retração na atividade econômica.

Em entrevista coletiva, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que, durante a vigência do programa, as empresas que aderirem não poderão fazer demissões.

"O programa é destinado a proteger empresas de setores de uma crise que cremos temporária", disse o ministro a jornalistas. "É mais inteligente colocarmos recursos para manter o emprego do que para financiarmos o desemprego", acrescentou. Ele disse que o programa tem "virtude fiscal" para o governo, em um momento em que busca reequilibrar as contas públicas.

Também presente na entrevista coletiva de lançamento do plano, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, citou simulações feitas pelo governo que apontariam que o programa terá um custo menor para o Executivo do que o eventual gasto com seguro-desemprego.

"Foi apresentado na simulação que, com 50 mil trabalhadores, na verdade você tem um gasto menor de cerca de 68 milhões (de reais)", disse Barbosa. "Na verdade economiza cerca de 68 milhões, se você contar o que os trabalhadores vão continuar contribuindo", acrescentou.

A MP, assinada nesta segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff, permite que a jornada de trabalho e os salários sejam reduzidos em até 30 por cento, com uma complementação de 50 por cento da perda salarial, bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Os setores que poderão aderir ao programa serão definidos por um comitê que terá até 15 dias para regulamentar a MP, formado por representantes dos Ministérios do Planejamento, Fazenda, Trabalho, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Secretaria-Geral da Presidência,

A medida impede demissões em empresas que aderirem ao PPE durante o período de vigência -- que vai de 6 a 12 meses -- e obriga a manutenção do vínculo por mais um terço desse tempo após o fim do programa.

A proposta foi bem recebida por representantes das centrais sindicais, que avaliam como positiva a possibilidade de manutenção dos vínculos empregatícios. Também consideraram que a MP estimula a negociação coletiva, uma vez que só poderá ser adotada em decisões coletivas dos trabalhadores.

De acordo com o governo, empresas e trabalhadores deverão fixar a decisão em aderir ao PPE por meio de acordo coletivo específico, no qual a empresa deverá comprovar sua situação de dificuldade econômico-financeira.

Mais cedo, o presidente da associação de montadoras de veículos, Anfavea, Luiz Moan, afirmou que o PPE vai dar "flexibilidade" para as empresas em um momento em que as vendas de veículos acumulam queda de 21 por cento no primeiro semestre, enquanto a produção recuou 18,5 por cento.

"É um instrumento adicional para trabalharmos de maneira mais tranquila para a proteção dos empregos. O risco de perda do emprego inibe o crescimento da economia", disse Moan, também presente à entrevista.

Duratex diz que está revendo planejamento estratégico

 

SÃO PAULO (Reuters) - A Duratex afirmou nesta segunda-feira que está revendo seu planejamento estratégico, diante da fraca atividade econômica do país.

"As metas de crescimento estão mantidas e irão se ajustar ao comportamento da economia", afirmou a companhia, que produz paineis de madeira e louças sanitárias.

Dentre desse quadro, a Duratex informou que o início da construção de nova fábrica no Triângulo Mineiro vai depender da retomada do crescimento do mercado interno.

"Mesmo que o mercado retome o crescimento observado nos últimos anos, não haverá necessidade de aumento da capacidade nos próximos três anos", diz trecho do comunicado.

A Duratex disse ainda que contratou consultoria para ajudá-la com um plano de redução de custos num horizonte de três anos.

 

Poupança tem mais resgates em junho e saída em 2015 atinge R$38,5 bi


O documento foi emitido em resposta a informações contidas em reportagem do jornal Valor Econômico, afirmando que a companhia estava revendo seus planos de crescimento e cortando custos.SÃO PAULO (Reuters) - Os resgates da caderneta de poupança superaram os depósitos em junho pelo sexto mês consecutivo, levando a saída líquida em 2015 atingir 38,5 bilhões de reais, informou o Banco Central nesta segunda-feira.

No mês passado, os saques na poupança somaram 169,1 bilhões de reais, 6,26 bilhões de reais acima dos depósitos.

A caderneta de poupança é principal fonte de financiamento imobiliário do país, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Nos últimos meses, a Caixa Econômica Federal, principal concessora de financiamento imobiliário do país, vem adotado medidas mais restritivas para o segmento.

Os resgates da caderneta de poupança acontecem num momento em que os investidores procuram aplicações mais rentáveis, como as referenciadas na Selic, hoje em 13,75 por cento ao ano. A rentabilidade da poupança é de 6 por cento ao ano mais TR.

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Fonte:
Reuters

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