Grécia recusa extensão de seis meses de resgate da UE
Por Renee Maltezou e Jan Strupczewski
BRUXELAS (Reuters) - A Grécia rejeitou nesta segunda-feira uma proposta dos países parceiros da zona do euro para que aceitasse uma extensão de seis meses nos termos atuais de seu programa de resgate internacional, dificultando as negociações sobre a dívida grega.
Representantes da União Europeia disseram que as negociações estavam encerradas a menos que Atenas mudasse seu posicionamento após um governo de esquerda ter chegado ao poder no mês passado com a promessa de revogar um plano de resgate de 240 bilhões de euros, reverter políticas de austeridade e encerrar a cooperação com as inspeções da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
Uma autoridade grega disse que o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, havia recusado o esboço de um comunicado apresentado a ele durante uma reunião de ministros das Finanças da zona do euro em Bruxelas, no qual se falava sobre a extensão do atual programa de resgate grego.
"A insistência de algumas pessoas para que o governo grego implemente o resgate não é razoável e não pode ser aceita", disse a autoridade. "Aqueles que continuam voltando para isso estão perdendo o seu tempo. Sob essas circunstâncias, não pode haver um acordo hoje".
O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse a jornalistas após as negociações chegaram a um impasse em menos de quatro horas de reunião que os parceiros da zona do euro estavam dispostos a retomar as conversas com a Grécia, se e quando o país mudar de posição.
"Foi claramente decidido que se e quando esse pedido por uma extensão do resgate chegar, se houver certos comprometimentos de autoridades gregas para se ater ao programa, então o líder do Eurogrupo anunciará a próxima reunião", disse Dombrovskis.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou antes da reunião que a Grécia viveu além de suas condições por um longo período e que não havia disposição na Europa para dar mais dinheiro sem garantias de que o país esteja colocando suas finanças em ordem.
O Banco Central Europeu revisará suas políticas na próxima quarta-feira em face aos resultados das negociações em Bruxelas, mas uma fonte do BCE afirmou ser improvável que haja o corte de recursos para os bancos gregos enquanto os termos de um programa de resgate estiverem em discussão.
O primeiro-ministro grego, o esquerdista Alexis Tsipras, sugeriu um programa ponte de alguns meses enquanto um novo acordo de resgate da dívida não substitui o atual programa, que tem provocado uma drástica contenção de gastos entre os cidadãos gregos. O programa atual expira no fim do mês.
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