Dólar segue dando suporte ao milho na B3 e analista vê possibilidade de mais ganhos nos próximos dias
A segunda-feira (02) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 68,39 e R$ 72,54.
De acordo com a análise da Agrinvest, o dólar segue se fortalecendo no câmbio brasileiro, o que impulsiona os futuros do milho na B3.
“Na semana passada, o farmer selling do milho foi positivo, com 1,5 – 1,7 milhão de toneladas comercializadas, com a safrinha 2025 mais ativa. A relação de troca está mais favorável para o milho, no Mato Grosso a relação está em 2,3, em Goiás e no Paraná está perto de 2,00. Se mantida, essa relação pode estimular o aumento da safra de milho verão em 2026”, detalham os analistas da consultoria.
O Consultor de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, também destaca a recuperação das cotações da B3 impulsionadas pela elevação do dólar ante ao real nos últimos dias.
“A B3 tinha caído bastante e já estava nos R$ 70,00 na semana passada, mas agora voltou aos R$ 72,00. Hoje ela está em cima de dois fatores, Brasil voltando a ter mais expectativa de exportação e dólar em alta”.
Na opinião do consultor, os próximos dias ainda podem trazer mais movimentos de alta para o cereal na B3. “É possível que nos próximos dias vá até R$ 73,00 porque o dólar veio acima de R$ 6,00 e veio com fôlego. Isso vai dar lastro para a B3 se firmar talvez um pouquinho mais”, diz Brandalizze.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, no mercado interno brasileiro, os preços do milho seguiram enfraquecidos na última semana.
“Além da retração de consumidores, atentos aos impactos do clima no setor, as quedas nas cotações futuras e externas reforçam a pressão sobre os valores domésticos. As condições climáticas favoráveis resultaram em um avanço nas semeaduras de milho e de soja da safra verão, minimizando, ou até mesmo descartando, os temores de agentes de que o cultivo da segunda safra poderia ser realizado em 2025 em período fora da janela ideal. Além disso, as chuvas vêm beneficiando o desenvolvimento da safra de verão que já está cultivada”, explicam os pesquisadores do Cepea.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve recuos neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações somente em Itapetininga/SP e Campinas/SP, enquanto as desvalorizações apareceram em Castro/PR, Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS e Machado/MG.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Na B3, o vencimento janeiro/25 foi cotado à R$ 72,54 com valorização de 1,24%, o março/25 valeu R$ 72,24 com elevação de 0,78% e o maio/25 era negociado por R$ 71,76 com ganho de 0,65%.
Mercado Externo
Segundo a análise da Agrinvest, a pouca movimentação do milho em Chicago aconteceu com a pressão dos futuros de soja impedindo o fortalecimento nos preços do cereal.
“Além disso, o milho segue pressionado na China. Em outubro, as importações chinesas caíram 95% devido ao fim das cotas com tarifa zero. Os preços internos seguem em baixa, com aumento das vendas dos produtores e demanda limitada por parte de indústrias e fábricas”, relatam os analistas da consultoria.
Apesar disso, Vlamir Brandalizze acredita em um mercado internacional sustentado e buscando patamares mais altos para o milho de Chicago nos próximos dias.
“Hoje o pessoal começa a falar que milho ali do Leste Europeu começa a diminuir a oferta nas próximas semanas, porque o governo ucraniano começa a limitar volumes com medo de que falte para eles. Chicago está vendo que os fundamentos do milho mundial são positivos e certamente o mercado vai seguir tentando se firmar um pouco mais, após se consolidar nos US$ 4,20 no spot e acima dos US$ 4,30 nos meses seguintes”, diz o consultor.
Na CBOT, o vencimento dezembro/24 foi cotado à US$ 4,24 com alta de 1,50 pontos, o março/25 valeu US$ 4,32 com queda de 0,50 pontos, o maio/25 foi negociado por US$ 4,39 com baixa de 0,75 pontos e o julho/25 teve valor de US$ 4,42 com perda de 0,25 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (29), de 0,12% para o março/25, de 0,17% para o maio/25 e de 0,06% para o julho/25, além de elevação de 0,35% para o dezembro/24.
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