Perda de qualidade das lavouras nos EUA sustenta altas do milho nas Bolsas desta 3ªfeira
A terça-feira (06) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações levemente positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 52,96 e R$ 62,54.
O vencimento julho/23 foi cotado à R$ 52,96 com alta de 0,02%, o setembro/23 valeu R$ 57,19 com ganho de 0,16%, o novembro/23 foi negociado por R$ 59,84 com elevação de 0,25% e o janeiro/24 teve valor de R$ 62,54 com valorização de 0,53%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o dia foi de notícias positivas para o produtor brasileiro diante da redução da qualidade das lavouras dos Estados Unidos promovida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no final da segunda-feira.
Porém, o cenário para o mercado interno ainda é de chances de cair mais diante do pico de colheita. “O porto de agosto paga R$ 60,50 e o porto de novembro e dezembro R$ 63,00. O sufoco vai acontecer no final de julho, agosto e pelo menos até meados de setembro, que vai ter muito milho, milho à céu aberto e dificuldades de recebimento”, diz Brandalizze.
A Agrinvest também ressalta que a perspectiva de grande oferta da safrinha brasileira segue limitando os ganhos na Bolsa Brasileira para o milho. “Além disso, a queda do dólar ante ao real, que se aproxima do menor patamar do ano, gera pressão adicional aos contratos”, diz.
Por outro lado, os analistas da Agrinvest destacam que, “com os preços do milho brasileiro já operando abaixo dos níveis de paridade de exportação, a perspectiva é que as exportações comecem a acelerar, uma vez que o milho está mais atrativo que a soja para originação pelas tradings e os preços muito competitivos em relação aos demais players exportadores no CNF China”.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um segundo dia da semana com movimentações negativas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas em São Gabriel do Oeste/MS. Já as desvalorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Rondonópolis/MT, Primavera do Leste/MT, Alto Garças/MT, Itiquira/MT, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Eldorado/MS e Porto de Santos/SP.
Confira como fecharam todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrinvest, “com a demanda retraída, o milho inicia a semana sendo comercializado próximos dos R$ 53,50/c no mercado físico de Campinas/SP”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) finalizo a terça-feira com os preços internacionais do milho futuro registrando uma jornada positiva neste segundo pregão da semana.
O vencimento julho/23 foi cotado à US$ 6,08 com valorização de 10,50 pontos, o setembro/23 valeu US$ 5,34 com alta de 4,25 pontos, o dezembro/23 foi negociado por US$ 5,41 com elevação de 4,00 pontos e o março/24 teve valor de US$ 5,50 com ganho de 4,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (05), de 1,84% para o julho/23, de 0,75% para o setembro/23, de 0,74% para o dezembro/23 e de 0,73% para o março/24.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho encontraram algum impulso depois que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou as classificações de qualidade em cinco pontos, o que desencadeou uma rodada de compras técnicas na terça-feira.
As plantações de milho nos EUA passaram de 92% completas há uma semana para 96% até domingo, com 85% da safra já está emergida, acima dos 72% da semana anterior e favorável em relação à média anterior de cinco anos de 77%.
Já as classificações de qualidade recuaram significativamente na semana passada, caindo cinco pontos para 64% classificadas em condições boas a excelentes.
Para Vlamir Brandalizze, a piora de qualidade do milho dos Estados Unidos já é sinal de que a safra de milho norte-americana está sendo comprometida. “É um início de temporada bastante complicado. Isso já nos dá indicação de que a safra americana pode ter comprometido, só com essa largada, de 7 a 10 milhões de toneladas. Então aquele potencial de 385 milhões de toneladas, hoje está dando 376 ou 377 e isso é importante porque, tudo o que os americanos perderem o mercado mundial vai precisar comprar de outro lugar, e provavelmente vai ser daqui”, afirma.
O site internacional Successful Farming destaca informação do Brock Report que a previsão do tempo para meados de junho, provavelmente, será crucial para os mercados de grãos, principalmente para o de milho.
“A World Weather Inc. diz que a previsão de hoje é mais úmida do leste do Kansas até Michigan e Ohio no fim de semana, e algumas áreas no leste do Cinturão do Milho receberão chuva suficiente para induzir aumentos significativos na umidade do solo. Também há o potencial de chuvas subsequentes em grande parte do meio-oeste, de segunda a quinta-feira da próxima semana”, destaca a publicação
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