Milho salta mais de 4% em Chicago após relatos de perdas nas lavouras dos EUA
A terça-feira (23) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro contabilizando grandes evoluções na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 6,60 com valorização de 26,50 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 6,55 com alta de 26,25 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,61 com elevação de 25,25 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,62 com ganho de 23,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (22), de 4,27% para o setembro/22, de 4,13% para o dezembro/22, de 3,93% para o março/23 e de 3,76% para o maio/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos subiram mais de 4% para uma alta de 7 semanas e meia nesta terça-feira, após um relatório sobre as condições das safras e uma visita às principais áreas de cultivo no Centro-Oeste levantar preocupações de que o tamanho da produção dos Estados Unidos ficará abaixo das expectativas.
“O milho está liderando o ataque esta manhã no golpe duplo de um início feio para a turnê Pro Farmer, seguido por uma surpreendente redução nas classificações ontem à tarde”, disse Matt Zeller, diretor de informações de mercado da corretora StoneX, em nota aos clientes.
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Os rendimentos de milho de Dakota do Sul foram projetados em 118,45 bushels por acre, disse o Pro Farmer Midwest Crop Tour na segunda-feira, o pior da turnê desde 2012. A turnê também descobriu que as perspectivas de rendimento de milho de Ohio são menores do que no ano passado.
“O mercado se concentrou em relatórios vindos de olheiros do centro-oeste ocidental. Suspeita-se que os problemas de colheita sejam maiores naquela região, e os relatórios que chegam até agora são, em sua maioria, ruins”, disse Tobin Gorey, diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank of Australia.
Além disso, as classificações de condição para milho caíram na última semana, de acordo com relatório divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) após o fechamento do mercado na segunda-feira, contrariando as expectativas dos analistas de nenhuma mudança, já que as condições secas estressantes continuaram a afetar as lavouras.
Mercado Interno
A Bolsa Brasileira (B3) também teve um dia de valorizações para os preços futuros do milho que flutuaram na faixa entre R$ 85,26 e R$ 94,30 nesta terça-feira.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 85,26 com alta de 0,84%, o novembro/22 valeu R$ 87,94 com elevação de 0,85%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 91,42 com valorização de 1,12% e o março/23 teve valor de R$ 94,30 com ganho de 1,07%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as grandes elevações de Chicago ajudaram a compensar as quedas do dólar ante ao real nesta terça-feira. “O dólar está em queda, mas o milho está crescendo lá mais do que o dobro da queda do dólar”.
Brandalizze destaca que o mercado de porto hoje girou na faixa entre R$ 89,00 e R$ 94,00, podendo chegar à faixa de R$ 90,00 a R$ 95,00. “Talvez a conta feche com número até maior. O milho pode se aproximar dos R$ 100,00 nos próximos dias se mantido essa condição externa”, afirma.
No mercado físico brasileiro, o preço do milho também teve uma terça-feira altista. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorização em nenhuma das praças. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Amambai/MS, Oeste da Bahia e Machado/MG.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com as altas no mercado doméstico sendo “travadas” pela oferta, a saca em Campinas/SP é negociada na média de R$ 82,00”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma terça-feira travada nos negócios, com compradores e vendedores observando o cenário climático de perdas para as lavouras norte-americanas do cereal. “Com a alta na Bolsa de Mercadorias de Chicago, os preços no Brasil podem voltar a subir novamente, uma vez que os produtores começam a reter novamente as intenções de venda do cereal”.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o movimento de produtores vendendo ainda é lento, enquanto nos portos o cereal segue com boa procura.
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