Conab aumenta produção da 1ªsafra de milho, diminui exportações e amplia expectativa de estoques finais
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu segundo boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para a temporada 2021/22 e trouxe dados sobre as três safras de milho, além de projeções sobre oferta e demanda brasileiras.
Para a primeira safra de verão, a entidade ampliou a estimativa de plantio dos 4,4 milhões de hectares divulgados no mês passado para 4,457 milhões de hectares, representando um aumento de 2,5% em relação à safra verão 2020/21. Já a produção foi projetada em 28,6 milhões de toneladas, patamar maior do que as 28,327 milhões de toneladas estimadas em outubro e 15,7% superior em comparação ao exercício anterior.
“A semeadura do milho de primeira safra, para a temporada 2021/22, apesar da menor escala quando comparada com o exercício anterior, foi marcada pela continuidade dos efeitos do clima, caracterizado pelo atraso e inconstância das condições climáticas, nas diversas regiões produtoras. No final de outubro, 44% das lavouras já haviam sido semeadas no país, um pequeno atraso em relação ao mesmo período da safra anterior”, destaca a publicação.
Para o total do ciclo 21/22, a Conab espera plantio de 20,888 milhões de hectares, o que seria um aumento de 4,8% em relação a temporada 20/21, e uma produção tendo elevação de 34,1% e chegando as 116,711 milhões de toneladas, somando-se a safra verão 21/22, a safrinha 22 e a terceira safra 22.
Terceira Safra 2020/21
Para a terceira safra de milho, as estimativas dão conta de uma área plantada atingindo 584,8 mil hectares, com a produção duramente afetada pelas condições climáticas nos diversos estados produtores, atingindo 1,561 milhão de toneladas, com redução de 15,3% em relação ao ciclo 2019/20.
Oferta e Demanda 20/21
Diante destes cenários, a expectativa da Conab para a produção total da safra 2020/21 se manteve em 87 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 15,1% com relação ao ciclo 2019/20. O número é o mesmo estimado no relatório de outubro, maior do que as 85,7 milhões de toneladas estimados no relatório de setembro e do que a 86,7 milhões estimadas em agosto, mas menores do que as projeções dos relatórios de julho (93,4 milhões), junho (96,4 milhões), maio (106,4 milhões), abril (109 milhões) e março (108,1 milhões).
A projeção do consumo interno recuou das 73,7 milhões de toneladas divulgadas em outubro para 72,3 milhões de toneladas, o que ainda representa um incremento de 5,4% comparado à 19/20. “A projeção é sustentada no bom desempenho das exportações da indústria de proteína animal em 2021”.
Já a projeção de importação segue sendo de 2,3 milhões de toneladas. Vale destacar que, segundo Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, somente no período de janeiro à outubro, o Brasil já importou 2.137.865 toneladas de milho, um aumento de 133,3% com relação ao mesmo período de 2020.
Para as exportações, a Conab aponta projeção de 20 milhões de toneladas, após estimar em 22 milhões no reporte de outubro e em 23,5 milhões no reporte divulgado em setembro. De janeiro à outubro o Brasil já exportou 14.619.943 toneladas de milho, número 41,2% menor do que o mesmo período do ano anterior.
Sendo assim, o estoque final em 2020/21 deverá ser de 7,6 milhões de toneladas, redução de 28,3% em comparação à safra anterior, mas maior do que as últimas projeções de 6,9 milhões em outubro, de 5,8 milhões em setembro, 5,1 milhões em agosto e 5,5 milhões em julho, mas menor do que os números esperados em junho (7,6 milhões) e maio (10,9 milhões).
“Esse arranjo é explicado, principalmente, pela redução da produção total de milho causada pela menor disponibilidade hídrica durante o desenvolvimento das lavouras de segunda safra”, diz a Conab.
Oferta e Demanda 21/22
Para o novo ciclo do milho, a Conab espera a produção de 116,7 milhões de toneladas diante de um aumento de 28% na produtividade das lavouras. O índice é superior às 116,3 milhões de toneladas estimadas no último reporte divulgado em outubro. O consumo esperado para esta nova temporada é superior a da passada, com 76 milhões de toneladas.
“Cabe lembrar que o desempenho da economia mundial em 2022 será determinante na sustentação da demanda pela proteína animal brasileira”, ressalta o relatório.
Já as importações devem cair 61% para a nova safra e ficar em apenas 900 mil toneladas. Esta redução se dá “diante da expectativa de aumento da disponibilidade do cereal no mercado nacional em 2022”. Do lado das exportações, a publicação aponta 36,7 milhões de toneladas embarcadas em 21/22.
Como resultado deste cenário, o estoque final deverá ser de 12,5 milhões de toneladas, maior do que as 11,5 milhões de toneladas estimadas em outubro, o que “indica a recomposição da disponibilidade interna do cereal para atender a demanda no período da entressafra brasileira”.
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