Preço do milho tem leve recuo na B3 nesta 5ªfeira em meio ao avanço da colheita
A quinta-feira (19) chega ao final com os preços futuros do milho levemente mais na Bolsa Brasileira (B3) assim como foi durante todo o dia.
O vencimento setembro/21 foi cotado à R$ 96,80 com desvalorização de 1,17%, o novembro/21 valeu R$ 97,52 com queda de 0,79%, o janeiro/22 foi negociado por R$ 99,82 com perda de 0,43% e o março/22 teve valor de R$ 98,50 com baixa de 0,67%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 segue com reflexos do andamento da colheita e da oferta de milho que ficou maior nesta semana, com produtores vendendo milho para fazer dinheiro e comprar insumos para a soja.
“O pessoal está aproveitando o momento e aumentaram as ofertas, mas os grandes compradores continuam fora do mercado. Os grandes do setor de rações continuam na expectativa de importação e de receber balcão das últimas colheitas do Brasil”, coloca Brandalizze.
Mercado Interno
Os preços do milho no mercado físico brasileiro também tiveram uma quinta-feira de pequenos recuos. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização somente em Ponta Grossa/PR. As desvalorizações apareceram em Brasília/DF, Dourados/MS e Amambaí/MS.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “desde o início desta semana, os compradores de milho no mercado físico têm recuado das negociações. Isto tem reduzido o número de negócios e cadenciado as referências para níveis menores. As indicações nominais de compra no porto de Santos-SP para agosto/setembro gira R$82,00/sc”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta ainda que, “o milho spot em Campinas/SP volta para os níveis de R$ 99,00/sc indicando maior flexibilidade dos vendedores em aceitar negócios ligeiramente mais baixos”.
A agência Safras & Mercado relata que, o mercado brasileiro de milho teve uma quinta-feira marcada por cautela nos negócios. “A notícia de que o governo pretende isentar a tributação de PIS/Cofins nas importações de milho ajudou a pressionar as cotações ontem. Agora, os compradores aguardam para ver se esse movimento de queda nas cotações se confirmará”.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o mercado ficou “meio bagunçado com a informação sobre o PIS/Cofins. Na prática, isso não altera o custo de importação, apenas facilita a participação de todos na importação, já que o PIS não era levado em conta no cálculo da importação, porém, o mercado interno tentou baixar preços baseado nessa informação”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) operou durante toda a quinta-feira recuando para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/21 foi cotado à US$ 5,50 com perda de 11,75 pontos, o dezembro/21 valeu US$ 5,50 com desvalorização de 14,25 pontos, o março/22 foi negociado por US$ 5,58 com queda de 14,00 pontos e o maio/22 teve valor de US$ 5,62 com baixa de 14,00 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quarta-feira (18), de 1,96% para o setembro/21, de 2,65% para o dezembro/21, de 2,45% para o março/22 e de 2,43% para o maio/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho nos Estados Unidos caíram cerca de 2% na quinta-feira, após grandes quedas em commodities, incluindo petróleo bruto e metais, vinculadas a temores de desaceleração do crescimento global.
“A pressão também surgiu das previsões de chuvas nas porções do noroeste do meio-oeste dos EUA, que poderiam melhorar as perspectivas de produção”, acrescentou Julie Ingwersen da Reuters Chicago.
A publicação destaca ainda que, um dólar mais firme contribuiu para o sentimento de baixa, tornando os grãos dos EUA menos competitivos globalmente. O dólar atingiu uma alta de nove meses em relação a uma cesta de outras moedas importantes.
“Você pode olhar para os mercados externos como um gatilho. Você tem o dólar em uma alta de contrato e o petróleo bruto caiu US$ 2. Isso fez com que as pessoas se afastassem de posições compradas e com isso a fraqueza do mercado se autoalimenta”, disse Terry Linn, analista da Linn & Associates em Chicago.
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