Falta de milho no mercado mantém cotações em alta na B3
A segunda-feira (03) chega ao final com os preços do milho se elevando no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS, Amambai/MS, Oeste da Bahia, Cândido Mota/SP e Itapetininga/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com o reporte da SAFRAS & Mercado, a colheita da safra de verão 2020/21 no Brasil de milho atingia 85,3% da área estimada de 4,353 milhões de hectares até sexta-feira (30).
Os trabalhos de colheita atingem 99,0% no Rio Grande do Sul, 98,2% em Santa Catarina, 99,3% no Paraná, 92,8% em São Paulo, 88,2% em Mato Grosso do Sul, 77,5% em Goiás/Distrito Federal, 52,5% em Minas Gerais e 91,2% em Mato Grosso.
A agência aponta ainda que, a produção brasileira de milho em 2020/21 deverá totalizar 104,138 milhões de toneladas, ficando abaixo das 106,833 milhões de toneladas colhidas na temporada 2019/20.
O consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, destaca que os números estão sendo revisados frente aos divulgados em março, que apontava uma safra de 112,814 milhões de toneladas, em decorrência da seca, que ocasionou perdas em todos os estados produtores da safrinha.
Olhando para a safrinha, houve um corte bastante expressivo na estimativa de produção devido à estiagem, que foi revisada para 70,788 milhões de toneladas, ante as 80,685 milhões de toneladas indicadas no mês de março. “Houve perdas significativas na safrinha do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. Com isso a segunda safra deste ano deve ficar abaixo das 73,478 milhões de toneladas colhidas em 2020”, sinaliza Molinari.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, atentos aos baixos estoques da safra 2019/20 e preocupados com o desenvolvimento das lavouras 2020/21, produtores limitam a oferta de milho no spot.
“Do lado da demanda, parte dos consumidores precisa recompor os estoques no curto prazo. Diante disso, os valores do cereal continuam em alta e, portanto, renovando os recordes reais em muitas praças acompanhadas pelo Cepea”.
De 23 a 30 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 1,07%, fechando a R$ 99,76/saca de 60 kg na sexta-feira, 30.
B3
Os preços futuros do milho tiveram mais um dia altista na Bolsa Brasileira (B3) nesta segunda-feira. As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,23% e 1,51% ao final do dia.
O vencimento maio/21 foi cotado à R$ 104,88 com ganho de 1,43%, o julho/21 valeu R$ 105,32 com alta de 1,23%, o setembro/21 foi negociado por R$ 103,65 com elevação de 1,33% e o novembro/21 teve valor de R$ 104,40 com valorização de 1,51%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 reflete o mercado nacional uma vez que não temos milho após uma primeira safra pequena e a demanda está tendo crescimento no setor de ovos, mesmo com uma retração nos suínos que abateram matrizes.
“Esse ano o consumidor brasileiro deve consumir mais de 200 ovos per capita o que é bastante para o padrão brasileiro que seria de 180. Isso porque o setor de carnes está com preços altos para a maior parte da população”, destaca Brandalizze.
Diante deste cenário, o analista descreve um quadro de falta de oferta para o milho interno, compradores têm que pagar o valor dos vendedores e ninguém quer vender a safrinha, mesmo que o mercado de exportação pague hoje nos portos R$ 84,00, ninguém está vendo exportação no segundo semestre e nem para entregas no segundo semestre.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) perdeu força ao longo do dia e encerrou a segunda-feira operando em campo misto para os preços internacionais do milho futuro. As principais cotações registraram movimentações entre 6,25 pontos negativos e 7,75 pontos positivos ao final do primeiro dia da semana.
O vencimento maio/21 foi cotado à US$ 7,32 com desvalorização de 7,75 pontos, o julho/21 valeu US$ 6,79 com elevação de 6,25 pontos, o setembro/21 foi negociado por US$ 5,91 com queda de 0,50 pontos e o novembro/21 teve valor de US$ 5,63 com baixa de 0,75 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 1,08% para o maio/21 e de 0,17% para o setembro/21, além de alta de 0,89% para o julho/21, e estabilidade para o dezembro/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho da Bolsa de Valores de Chicago atingiram seu preço mais alto desde março de 2013 na segunda-feira, devido à forte demanda por suprimentos limitados dos EUA e às preocupações com o clima seco afetando a produção no Brasil.
A publicação destaca que o contrato de milho mais ativo para julho registrou os maiores ganhos, enquanto os comerciantes continuam a se concentrar no fornecimento global de milho, já que muitos agricultores dos EUA estão trabalhando para plantar safras para a colheita de outono, em vez de vender as safras mantidas em caixas de armazenamento.
“A situação de oferta restrita certamente não será melhor em julho, com os produtores de etanol, alimentadores de gado e exportadores lutando para obter milho”, disse Tomm Pfitzenmaier, analista da Summit Commodity Brokerage em Iowa.
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