Milho: Conab reduz expectativa para safrinha, mas eleva primeira e terceira safra deixando estoque de passagem maiores
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para o mês de abril e trouxe dados sobre as três safras de milho além de projeções sobre oferta e demanda brasileiras.
Para a segunda safra, que está sendo plantada neste momento, a entidade aponta que 91,7% das lavouras já foram semeadas até a última semana de março contra 96,2% da safra passada neste mesmo período.
“Houve a intensificação do plantio das lavouras no mês de março, o qual estava atrasado em razão dos problemas sequenciais provocados pelo clima, observados no planejamento operacional das lavouras”, diz a publicação.
A entidade estima elevou para 14.837,7 mil hectares a expectativa de plantio, representando acréscimo de 7,9% em relação à segunda safra anterior. Já a produção esperada caiu de de 82,802 milhões de toneladas para 82,608 milhões, representando incremento de 10,1% em comparação ao último ciclo.
“Na maioria dos estados produtores de milho segunda safra, as operações de semeadura foram mais afetadas pelo atraso na colheita da soja do que pela má distribuição das chuvas, uma vez que a umidade acumulada no solo mantive as condições de disponibilidade hídrica dentro do mínimo aceitável em quase todas as regiões produtoras. Estimulados pelo suporte mercadológico os produtores realizaram o aumento na área plantada”, detalha o relatório.
Nas principais regiões produtoras, a Conab destaca que o Mato Grosso plantou 40% das lavouras fora da janela ideal contra 10% da safrinha 2020. No Mato Grosso do Sul 75% das áreas já estão desenvolvimento vegetativo e recebendo pulverizações para controle de daninhas. Já no Paraná, a produtividade inicial foi revisada para baixo devido ao atraso no plantio, com consequente queda no nível tecnológico empregado e no potencial produtivo
Primeira Safra
Para a safra de verão, os técnicos da Conab destacam que “o atraso das precipitações ocorrido nas principais regiões produtoras do país desempenhou importante influência no desenvolvimento das lavouras do milho primeira safra. Com o plantio mais tardio, todo o ciclo e a estratégia produtiva foi alterada, provocando modificações no planejamento acerca do tamanho da área e até sobre quais lavouras produzir”.
Sendo assim, a área plantada cresceu 2,5% indo de 4,235 milhões de hectares no ano passado, para 4,343 milhões nesta safra. Porém, isso não foi suficiente para compensar os efeitos do clima e a produção caiu 4,6% em relação ao ano passado ficando em 24,512 milhões de toneladas.
Terceira Safra
O relatório aponta estimativas para a terceira safra que terá início de plantio a partir de maio, com produtores continuando a receber estímulos dos preços e esperando crescer na produção. A projeção é atingir 536,3 mil hectares com produção de 1,844 milhões de toneladas, um acréscimo de 0,1% na comparação com a safra passada.
Oferta e Demanda
Diante destes cenários, a expectativa da Conab para a produção total passou das 108,1 milhões de toneladas de milho divulgadas em março para 109 milhões em abril, elevação de 6,3% em relação à safra 2019/20.
“Esse ajuste ocorre diante de uma expectativa de aumento de 10,1% da produção de milho de segunda safra, volume suficiente para compensar as perdas por motivos climáticos observadas na primeira safra na Região Sul”, explica a Conab.
De olho no consumo, as projeções se mantiveram ema 72,2 milhões de toneladas para a safra 2020/21, juntamente com a previsão de importação de 1 milhão de toneladas e exportação de 35 milhões de toneladas.
Sendo assim, o estoque final esperado em 2020/21 deverá ser de 13,4 milhões de toneladas, aumento de 26,6% em relação à safra anterior. “O ajuste é explicado pelo aumento da produção total de milho em montante superior ao aumento esperado para consumo agregado”, explica.
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