Com projeções acima do esperado pelo mercado, milho despenca 15 pts nesta 5ª feira em Chicago
Após a estabilidade registrada no início do dia, as cotações futuras do milho voltaram a operar em queda e encerraram a sessão desta quinta-feira (10) com uma desvalorização de mais de 3% na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal acumularam perdas de mais de 15 pontos. O contrato setembro/17 era cotado a US$ 3,57 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 3,71 por bushel.
De acordo com informações da Reuters internacional, as cotações intensificaram a movimentação negativa após o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportar as novas projeções para safra mundial do cereal. O órgão indicou a safra 2017/18 dos EUA em 359,52 milhões de toneladas. Em julho, o número era de 362,1 milhões de toneladas.
"Entretanto, as projeções, tanto de soja, como de milho, vieram acima das expectativas dos participantes do mercado", destacou a Reuters. A produtividade das lavouras americanas ficou estimada em 179,6 sacas por hectare, abaixo do reportado anteriormente, de 180,67 sacas por hectare. Porém, a perspectiva do mercado era de um rendimento médio de 175,7 sacas por hectare.
Após um julho mais seco e com temperaturas elevadas em partes do Corn Belt, a estimativa era de um corte maior na produtividade das plantações de milho. "Embora o USDA tenha apontado um rendimento mais baixo, o corte foi compensado em parte por uma queda nas expectativas de exportação de milho e pelo uso doméstico de grãos", informou o Agrimoney.com.
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O departamento ainda revisou para baixo as exportações americanas, de 47,63 milhões para 46,99 milhões de toneladas. Os estoques finais foram projetados em 57,74 milhões de toneladas. No boletim anterior, a projeção era de 59,06 milhões de toneladas.
Paralelamente, o clima no Meio-Oeste americano ainda permanece no radar dos investidores. Segundo o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos 8 a 14 dias, o Corn Belt deverá receber chuvas acima da média. No mesmo período, as temperaturas ainda ficarão acima da normalidade em grande parte do cinturão produtor do cereal.
Mercado brasileiro
No mercado brasileiro, o dia foi de ligeira movimentação aos preços do milho. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço caiu 1,69%, em Londrina (PR), com a saca do cereal a R$ 17,50. Já em Assis (SP), a perda foi de 0,52%, com a saca a R$ 19,20. No Porto de Paranaguá, a saca futura cedeu 3,64% e encerrou o dia a R$ 26,50.
Por outro lado, em Pato Branco (PR), a cotação subiu 1,15% e a saca finalizou o dia a R$ 17,60. Em São Gabriel do Oeste (MS), a valorização foi de 3,45%, com a saca a R$ 15,00.
No mercado doméstico, as cotações ainda sentem a pressão com o andamento da colheita da segunda safra. Ainda hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a produção total de milho em 97,19 milhões de toneladas na temporada 2016/17. Na segunda safra, a perspectiva é que sejam colhidas 66,68 milhões de toneladas do cereal.
Ainda nesta quinta-feira, a Conab realizou novas operações de apoio à comercialização do milho. O leilão de Pep (Prêmio para Escoamento de Produto) negociou 93,40% do total ofertado, de 60 mil toneladas do grão.
O leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) negociou 100% do total ofertado, de 692 mil toneladas. Em meio à disputa pelos lotes, os prêmios também recuaram assim como na operação de Pep.
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BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta quinta-feira em campo misto. O vencimento setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$ 27,05 a saca, com ganho de 0,52%. Já o novembro/17 era negociado a R$ 28,26 a saca e queda de 1,12%.
Apesar da forte queda de Chicago, o dólar subiu 0,74% nesta quinta-feira. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,1756 na venda, maior patamar de fechamento desde 17 de julho, quando o câmbio encerrou a R$ 3,1814.
"Os investidores reagiram mal ao fato de o governo estar se preparando para anunciar meta de déficit primário maior e às tensões crescentes entre Estados Unidos e Coreia do Norte", informou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:
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