Milho tem dia de realização de lucros e recua mais de 1% no pregão desta 2ª feira na Bolsa de Chicago

Publicado em 17/04/2017 17:58

O início da semana foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo da sessão desta segunda-feira (17) e encerraram o dia com quedas de mais de 4 pontos, desvalorização de mais de 1%. O contrato maio/17 era cotado a US$ 3,66 por bushel, enquanto o julho/17 operava a US$ 3,73 por bushel. O setembro/17 era negociado a US$ 3,80 por bushel.

Os fundos de investimentos deram continuidade ao movimento de realização de lucros depois das recentes altas registradas, conforme destacam as agências internacionais. Contudo, as especulações com as chuvas no Meio-Oeste dos EUA limitaram as quedas, de acordo com informações reportadas pela Reuters Internacional.

"Os modelos meteorológicos concordam com uma precipitação acima do normal para a metade norte dos EUA na previsão dos próximos 10 a 15 dias, o que poderia atrasar o plantio", disse Kevin Stockard, analista de mercado da CHS Hedging, em nota aos clientes, reportou a Reuters internacional.

"Temos chuvas no Meio-Oeste, no Delta e na bacia do Rio Tennessee, nas Carolinas e na Virgínia, o volume de chuvas será alto nas próximas duas semanas, o que pode retardar ou atrasar os trabalhos de campos", destacou Paul Georgy, da Allendale.

Até a última semana, em torno de 3% da área projetada para essa safra já havia sido cultivada. A expectativa dos investidores é que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporte o plantio completo entre 8% a 9%.

Enquanto isso, os embarques semanais de milho ficaram em 1.328,13 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 13 de abril. Na semana anterior, o número foi de 1.212,68 milhão de toneladas. As informações foram divulgadas pelo USDA.

Mercado brasileiro

Já no mercado brasileiro, as cotações iniciaram a semana com ligeiras movimentações. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 13,33% em Sorriso (MT), com a saca do cereal a R$ 17,00. Em Castro (PR), o ganho foi de 1,96%, com a saca a R$ 26,00.

Em contrapartida, o valor recuou 4,35% na localidade de Tangará da Serra (MT) e a saca encerrou o dia a R$ 22,00. Nas praças de Jataí e Rio Verde, a queda foi de 2,38%, com a saca a R$ 20,50. Em Campo Grande (MS), o recuo ficou em 2,56%, com a saca a R$ 19,00. No Porto de Paranaguá, o valor futuro, para entrega em setembro, permaneceu em R$ 29,00 a saca.

Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a perspectiva é de estabilização nos preços do cereal. "Isso porque nos últimos dias, os preços já tocaram o fundo do poço e temos os compradores que começam a voltar às compras após a Operação Carne Fraca", pondera o especialista.

Embora a perspectiva não é de uma reação expressiva nos preços, uma vez que quase metade da safra de verão, de cerca de 30 milhões de toneladas, ainda precisa ser negociada, conforme ressalta o consultor. "Temos em torno de 15 milhões de toneladas de milho, da primeira safra, a ser comercializada. E se considerarmos o nosso consumo mensal, de 5 milhões de toneladas, temos milho suficiente para abastecer o mercado até a chegada da safrinha", acredita.

Para a safrinha, os produtores seguem preocupados com a queda nos preços. Em muitas regiões, os preços praticados já estão abaixo do valor mínimo fixado pelo Governo, como é o caso de Mato Grosso. Algumas localidades do estado já registram valor de R$ 14,00 a saca, contra o preço mínimo de R$ 16,50 a saca.

Diante desse cenário, as negociações seguem lentas, o que gera mais uma preocupação em relação à armazenagem do produto. Em muitas regiões, os silos estão ocupados com a soja, já que o recuo registrado nos preços fez com que os produtores segurassem as vendas.

Leia mais:

>> Milho safrinha pode ficar a céu aberto em Ipiranga do Norte (MT)

Paralelamente, na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho subiram na sessão desta segunda-feira. As principais posições do cereal acumularam ganhos entre 0,03% e 1,47%. O contrato maio/17 era cotado a R$ 27,60 a saca e o setembro/17 a R$ 27,60 a saca também. O novembro/17 encerrou o dia a R$ 28,01 a saca.

Os preços subiram apesar da queda registrada nos preços em Chicago e também no dólar. A moeda norte-americana caiu mais de 1,34% nesta segunda-feira e encerrou o dia a R$ 3,1044 na venda. Segundo a Reuters, o câmbio recuou "com atuação do Banco Central no mercado e esforços do governo para manter o cronograma de votação da reforma da Previdência no Congresso Nacional animando os investidores".

Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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