Alta do dólar impulsiona e primeiros contratos de milho retomam o patamar de R$ 38,00/sc na BM&F
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam a sessão desta quinta-feira (1) do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity subiram entre 0,27% e 2,37%. O vencimento janeiro/17 era cotado a R$ 38,45 a saca e o março/17 a R$ 38,40 a saca. Já o maio/127 encerrou o dia a R$ 36,90 a saca.
De acordo com o analista de mercado da Labhoro Corretora, Tiago Delano, os preços do cereal foram impulsionados pela nova alta observada no dólar. "Com isso, tivemos o janeiro/17 buscando uma nova resistência de R$ 38,20 a saca e caso esse nível seja rompido, o vencimento poderá buscar os R$ 38,75 a saca. Porém, nesse patamar, poderíamos acompanhar algumas vendas", explica.
Por sua vez, a dólar subiu mais de 2,40% nesta quinta-feira e fechou o dia a R$ 3,4685 na venda. Conforme dados da Reuters, é o patamar de fechamento mais alto desde o dia 16 de junho, quando a moeda era cotada a R$ 3,4700. A agência ainda destacou que, o câmbio foi influenciado pelo cenário político brasileiro e por temores com as próximas ações do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Enquanto isso, no mercado interno, apenas duas praças apresentaram oscilações nesta quinta-feira. Em Rio Verde (GO), a cotação caiu 2,86%, com a saca a R$ 34,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a perda ficou em 1,75%, com a saca do cereal a R$ 28,00. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 35,00.
Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas, o dia também foi de calmaria e sem alterações nos preços praticados. Ainda na visão do analista da Labhoro Corretora, no mercado físico, há uma escassez de posições de compras e vendas. "Os negócios são bem pontuais e ainda há muitas dúvidas sobre o patamar em que a commodity irá trabalhar", destaca.
Para a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, "o mercado caminha para um cenário confortável de oferta e demanda. Temos uma redução nas exportações e as importações foram maiores ao longo desse ano. Além disso, temos a chegada da safra de verão no mercado e, as primeiras perspectivas para a safrinha de 2017 desenham um quadro favorável", pondera.
Bolsa de Chicago
Durante a sessão desta quinta-feira (1), os futuros do milho ampliaram as quedas na Bolsa de Chicago (CBOT) e finalizaram o dia com perdas entre 5,00 e 6,00 pontos. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,31 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,42 por bushel. O maio/17 encerrou o dia a US$ 3,50 por bushel.
Ainda conforme Ana Luiza, o mercado de milho continua pressionado negativamente devido aos fundamentos. "E hoje tivemos uma redução nas vendas para exportação de milho. Os embarques estão adiantados, mas precisaremos manter esse aquecimento para alcançarmos a projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta temporada", reforça.
Na semana encerrada no dia 24 de novembro, as vendas de milho dos EUA somaram 761,6 mil toneladas. O volume ficou abaixo das apostas dos investidores, entre 900 mil a 1,2 milhão de toneladas. Com esse novo reporte, as vendas de milho totalizam 30.082,4 milhões de toneladas na temporada e estão acima do ano anterior.
"No curto prazo, o mercado segue sem grandes novidades e também acaba sendo influenciado pelo comportamento de outras commodities, como a soja, o trigo e o petróleo. Acreditamos que a partir de janeiro teremos mais especulação no mercado sobre a próxima safra americana", diz Ana Luiza.
Por outro lado, um dos fatores que ainda serão observados pelos investidores, na visão da analista da INTL FCStone, é o clima na América do Sul. "Especialmente no Rio Grande do Sul e na Argentina. No estado gaúcho, por enquanto, não há grandes preocupações, a safra caminha normalmente", completa.
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