Chuva afeta qualidade do milho em MT e prejudica renda do produtor

Publicado em 17/07/2015 16:49

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SÃO PAULO (Reuters) - A colheita da segunda safra de milho de Mato Grosso, principal produtor do Brasil, chegou nesta semana à metade, com altas produtividades mas muitos problemas de qualidade em função de chuvas recentes.

Os trabalhos avançaram para 47,52 por cento da área plantada, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). O índice representa um avanço de 17 pontos percentuais ante a semana passada e ficou em linha com o mesmo período do ano passado.

Mato Grosso registrou chuvas atípicas durante o desenvolvimento das lavouras, o que está permitindo uma colheita com produtividades altas --110 sacas por hectare-- até agora, mas também prejudica a qualidade dos grãos.

"É grão avariado, são vários tipos de defeitos. Está sendo analisado o motivo disso. Mas é certo que foi a chuva, principalmente as do período após o florescimento das plantas", relatou o diretor-técnico da Aprosoja MT, associação que representa os produtores de grãos do Estado, Nery Ribas.

Produtores relatam índices de defeito acima de 20 por cento, até perto de 30 por cento em determinados casos, bem acima do limite aceito pelas indústrias compradoras, de 5 por cento.

"Quem não tem armazém, que consegue fazer uma mistura (padronização dos lotes), recebe com desconto", disse o presidente do Sindicato Rural de Sapezal, no oeste do Estado, José Guarino.

No exemplo de um produtor que colheu um lote com 20 por cento de grãos avariados, a cada 100 sacas entregues no armazém, ele recebe por apenas 85, levando-se em conta a tolerância de 5 por cento.

"Na hora da entrega tem desconto alto e isso afeta a receita do produtor", ressaltou Ribas.

O Imea estima colheita de 20,33 milhões de toneladas de milho em Mato Grosso nesta temporada.

PARANÁ

No Paraná, segundo principal produtor do país, as chuvas --motivadas pelo fenômeno El Niño-- também têm causado preocupação, segundo Departamento de Economia Rural (Deral).

"Não há indícios de perdas na produção, mas as chuvas também podem afetar a qualidade do milho da segunda safra no Paraná", disse o Deral, em relatório.

A colheita do cereal no Estado chegou a 25 por cento da área esta semana.

Segundo o analista Edmar Gervasio, do Deral, o desenvolvimento das lavouras está em fase adiantada, em que o excesso de umidade do grão aumenta as chances de desenvolvimento de doenças, além de aumentar gastos com secagem do grão.

"O excesso de umidade deve comprometer a qualidade e pode afetar os preços pagos ao produtor", disse ele, no relatório.

(Por Gustavo Bonato)

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Fonte:
Reuters

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