Milho: Alta em Chicago dá suporte e preços sobem até 3% na semana no mercado interno brasileiro

Publicado em 03/07/2015 17:51

Em meio aos ganhos registrados na Bolsa de Chicago, a semana também foi de valorizações aos preços do milho praticados no mercado interno brasileiro. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, a região de Campo Novo do Parecis (MT), foi a praça com maior alta, de 3,57%, com a saca do cereal a R$ 14,50. No Porto de Santos, o ganho semanal ficou em 3,28% e a saca do milho a R$ 31,50.

Em Ubiratã e Londrina, ambas as praças no Paraná, a alta foi de 3,06%, com os preços da saca a R$ 20,20. Na região de Cascavel (PR), o ganho semanal foi um pouco menor, de 1,03% e a saca do grão a R$ 19,70. Em Jataí (GO), a valorização foi de 2,78%, com a saca do milho a R$ 18,50. Já no Porto de Paranaguá, a saca do grão para entrega em outubro/156 subiu 1,69% ao longo dos últimos dias e encerrou a semana a R$ 30,00.

Por outro lado, os preços recuaram na região de Luís Eduardo Magalhães (BA), em torno de 4,76% e a saca do milho encerrou a semana a R$ 20,00. Nas demais regiões pesquisadas, os últimos dias foram de estabilidade aos preços do cereal.

Milho - Preços praticados no Brasil ao longo da semana

Evolução nos preços no mercado interno brasileiro ao longo da semana

De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, os fortes ganhos observados no mercado internacional já foram repassadas ao mercado interno. Somente essa semana, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram valorização de quase 9%. A alta do câmbio também foi outra variável que contribuiu para dar suporte às cotações.

“Há 15 dias, tínhamos um valor de R$ 13,00 a saca do milho em Sorriso (MT) e ontem chegamos a R$ 14,50. Em Rio Verde (GO), o valor estava em R$ 17,00 e subiram para R$ 18,50. No Paraná, o cenário se repetiu, no mesmo intervalo, e as cotações subiram de R$ 20,00 para R$ 22,00. No Mato Grosso do Sul, as cotações estavam entre R$ 16,80 e chegamos a R$ 18,00 até a R$ 19,00", exemplifica Fernandes.

Além disso, o consultor também ressalta a melhora na referência de paridade para exportação com os preços mais altos nos portos brasileiros. “Chegamos a R$ 32,00 no Porto de Santos e R$ 31,00 em Paranaguá. E, durante essa semana, tivemos a consultoria Informa Economics projetando a safra dos EUA da temporada 2015/16 ao redor de 340 milhões de toneladas, isso acaba reduzindo um pouco os estoques americanos e acaba consolidando o mercado brasileiro", completa.

Outro fator que também tem contribuído para reduzir a pressão no mercado interno, na visão do consultor, é a colheita da safrinha brasileira caminhando de maneira um pouco mais lenta em algumas localidades em função das chuvas. “As precipitações observadas nos últimos dias em SP, PR e MS tem feito com que o milho saia do campo de mais lentamente, de forma escalonada. E diminui o impacto no frete e escalono melhor a entrega dos grãos nos armazéns. Com isso, a oferta não é tão proeminente em determinado momento e tira um pouco da pressão no mercado”, afirma.

Já a comercialização antecipada em alguns estados como Mato Grosso e Goiás chega a 60%, conforme acredita o consultor. No Paraná, o índice é de 18%.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de milho fecharam o mês de junho com o volume embarcado de 136,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma alta de 235,6%. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o ganho é de 48,7%.

Entretanto, para o consultor, os embarques de milho poderão superar o recorde de 2013, com mais de 26 milhões de toneladas exportadas nesta temporada. “Temos ao redor de 12 milhões de toneladas já contratadas. Nós temos um produto competitivo e de excelente qualidade”, ressalta Fernandes.

Acompanhamento da Safra

Enquanto isso, os produtores brasileiros permanecem avançando com os trabalhos de colheita. No Mato Grosso, maior estado produtor do grão na segunda safra, a colheita chegou a 21,44% da área semeada nesta temporada, conforme dados reportados pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) reportado nesta sexta-feira (3).

Em igual período do ano anterior, a colheita estava em 20,79% da área. Até o momento, a região Médio-Norte é que a apresenta maior área colhida, com 27,74%. Na contramão desse cenário, no Oeste do estado, a colheita chega a 13,19% e registra o menor percentual colhido.

Em sua última estimativa, o órgão indicou a segunda safra em 20,33 milhões de toneladas, com produtividade média de 103,36 sacas por hectare. O cenário é decorrente do alongamento das chuvas em toda a região Centro-Oeste ao longo do desenvolvimento da cultura.

No Paraná, outro estado importante na produção de milho, a colheita atingiu 20% ao longo dessa semana. A projeção do Deral (Departamento de Economia Rural) é que sejam colhidas ao redor de 10,78 milhões de toneladas do cereal, podendo chegar a 11 milhões de toneladas nesta safra. Já a produtividade inicial está ao redor de 6 a 6,5 mil quilos por hectare.

"E podemos destacar que o ganho foi, principalmente em tecnologia e manejo de campo, uma vez que a área semeada ficou muito próxima da observada na safra passada, de 1,9 milhão de hectares”, afirma Edmar Gervásio, analista de milho do Deral.

Por sua vez, a colheita segue mais lenta no estado de Mato Grosso do Sul. Até o final do mês de junho, a colheita da safrinha de milho estava completa em pouco mais de 1% da área semeada, de acordo com dados do Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), da Aprosoja/MS. A cidade de Caarapó é a que registra o maior índice colhido com 8% da área.

Contudo, nesse momento, a colheita do cereal está parada na região devido às chuvas dos últimos dias, segundo destaca o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Umberto Maran. Com isso, a preocupação é em relação à qualidade do grão, caso as precipitações persistam por mais dias na localidade.

* Frente à antecipação do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, comemorado neste sábado (4), a Bolsa de Chicago (CBOT) não operou nesta sexta-feira (3). Os negócios serão retomados nesta segunda-feira (6).

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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