Milho: Mercado dá continuidade ao movimento negativo e exibe ligeiras quedas na manhã desta 2ª feira na CBOT
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana com ligeiras quedas. As principais posições da commodity exibiam perdas entre 1,75 e 2,50 pontos, por volta das 7h39 (horário de Brasília). O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,51 por bushel, depois de encerrara o último pregão a US$ 3,53 por bushel.
Em meio às especulações sobre o efeito das chuvas sobre as lavouras de milho no Meio-Oeste dos EUA, o mercado dá continuidade ao movimento negativo. Com isso, os investidores esperam o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de acompanhamento de safras, que será reportado nesta segunda-feira após o fechamento da sessão na CBOT.
Na semana anterior, o órgão informou que cerca de 73% das plantações do cereal estavam em boas ou excelentes condições, percentual abaixo do divulgado anteriormente, de 74%. "O milho, assim como a soja, precisa de tempo mais seco, mas parece aguentar melhor a situação dos campos encharcados. As lavouras semeadas primeiramente no Meio-Oeste estão indo bem, enquanto que, as cultivadas mais tarde mostram stress com a umidade", destaca o editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer.
Além disso, o departamento também reporta o boletim de embarques semanais hoje. O relatório é um importante indicador de demanda e pode influenciar o andamento dos negócios no mercado internacional.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Mercado recua, mas saldo da semana é positivo na CBOT; No Brasil, negócios são lentos
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta sexta-feira (19) do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiram quedas entre 4,50 e 4,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,53 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,56 por bushel.
Contudo, as altas acentuadas observadas no mercado internacional recentemente garantiram uma semana de ligeiro ganho para os preços futuros. Os contratos do cereal registraram valorizações entre 1,07% a 1,70% no acumulado da semana. Entre os principais fatores que movimentaram as cotações do cereal foi o comportamento do clima nos Estados Unidos.
As recentes chuvas e a previsão de mais precipitações para o Meio-Oeste do país trouxe especulações ao mercado de milho. Isso porque, apesar do plantio da safra 2015/16 já ter sido finalizado, é preciso saber qual o impacto das chuvas para as plantações. E, por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam precipitações para o cinturão produtor de milho nos próximos dias.
"O milho, assim como a soja, precisa de tempo mais seco, mas parece aguentar melhor a situação dos campos encharcados. As lavouras semeadas primeiramente no Meio-Oeste estão indo bem, enquanto que, as cultivadas mais tarde mostram stress com a umidade", destaca o editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer.
De acordo com dados reportados pelo NOAA, Serviço Oficial de Clima no país, o mês de maio foi o mais chuvoso em 121 anos. "No caso das chuvas, a preocupação é maior no milho, pelo fato de ser uma cultura mais difícil de plantar. A definição da produção ocorre no mês de julho, quando as lavouras estarão na fase de enchimento de grãos no país", explica Dirceu Gassen, engenheiro agrônomo brasileiro.
Além disso, a previsão climática mais alongada já começa a ser observada pelos participantes do mercado. Isso porque, há indicativos de que o clima deverá mais quente entre os meses de julho e agosto, o que poderia resultar em mais stress para as plantas do cereal.
Nessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que 73% das plantações de milho apresentavam boas ou excelentes condições até o último domingo. O número ficou ligeiramente abaixo do reportado na semana anterior, de 74%, o que serviu de suporte aos preços. O órgão atualiza os números na próxima segunda-feira (22). "Mais chuvas irão manter a atenção dos investidores nas condições das lavouras na segunda-feira", completa Burgdorfer.
Por outro lado, o fator que também contribuiu para pressionar as cotações do cereal foi o movimento de vendas por parte dos produtores norte-americanos. "Com a alta nos preços, os agricultores têm sido rápidos para vender a safra passada. E os campos molhados tem dado tempo aos produtores para realizar os negócios", disse o editor da Farm Futures.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro, encerrou a semana com valorização de 1,85%, cotada a R$ 27,50. A alta observada no câmbio, que terminou a semana a R$ 3,10, com ganho de 1,47%, a queda em Chicago acabou anulando o movimento. No melhor momento da semana, o valor chegou a R$ 28,50 a saca.
No mercado interno as negociações ainda são lentas. Ao longo da semana, em Tangará da Serra (MT), o valor da saca do cereal recuou 3,23%, cotada a R$ 15,00 nesta sexta-feira. Em Campo Novo do Parecis (MT), a semana também foi de queda, em torno de 3,57%, com a saca negociada a R$ 13,50. A região de Luís Eduardo Magalhães (BA) registrou a maior queda semanal, de 4,55% e a saca a R$ 21,00.
Em contrapartida, os preços subiram em São Gabriel do Oeste (MS), em torno de 3,53% durante a semana, com preço de R$ 17,60. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas a semana foi de estabilidade aos preços do cereal.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que a oferta da safra de verão ainda tem sido suficiente para atender a demanda da das indústrias. "As empresas do setor de ração compram o milho da mão-pra-boca, o que tem mantido as cotações em patamares mais baixos. E nós ainda não estamos exportando muito, os embarques devem ganhar força de julho em diante", afirma.
Ainda na visão do consultor, a demanda para exportação é forte. "Na posição outubro já tivemos negócios a R$ 29,50 a saca, já o mercado de curto prazo gira em torno de R$ 26,50 a R$ 27,00 a saca no máximo. Então, o produtor que precisa fazer caixa terá que vender o milho mais barato. Porém, os agricultores que puderem segurar o grão poderão ter melhores oportunidades mais adiante", acredita Brandalizze.
Safra brasileira
Enquanto isso, a colheita da segunda safra de milho no Brasil começa a ganhar ritmo. No Mato Grosso, a colheita chegou a 4,73% nesta semana, de um total de 3,2 milhões de hectares semeados nesta temporada. As informações foram divulgadas pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
O Médio-Norte é a região mais adiantada com a colheita da safrinha, com 6,58% da área colhida. Nesta safra, os produtores do estado deverão colher uma safra próxima de 20,33 milhões de toneladas do grão, um aumento de 14,74% em relação à safra passada.
Já no Paraná, a colheita chegou a 6% da área cultivada nesta safra, conforme dados do Deral (Departamento de Economia rural). Cerca de 97% das lavouras apresentam boas condições e 34% da estão em fase de maturação, ainda de acordo com o boletim do departamento.
No estado de Mato Grosso do Sul, os trabalhos com a colheita da safrinha ainda acontecem de maneira muito tímida. Ainda nesta safra, a perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 8,049 milhões de toneladas de milho, que se confirmada, poderá ser a maior safra de milho do estado.
Em seu boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a segunda safra em 49.377,6 milhões de toneladas na temporada 2014/15. Entretanto, algumas consultorias já estimam a produção em mais de 50 milhões de toneladas.
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