Milho: Previsão de chuvas nos EUA dá suporte e mercado consolida 4ª sessão consecutiva de alta

Publicado em 04/06/2015 17:25

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os principais contratos do milho encerraram a sessão desta quinta-feira (4) em campo positivo. As cotações subiram pelo 4º pregão consecutivo e exibiram ganhos entre 4,25 e 4,50 pontos. O vencimento julho/15 retomou o patamar dos US$ 3,60 por bushel e encerrou o dia a US$ 3,63 por bushel.

As previsões de chuvas para o Meio-Oeste dos EUA também deram sustentação aos preços do cereal, segundo informou o site internacional Farm Futures. Os participantes do mercado estão atentos ao clima, já que é possível que haja inundações em algumas localidades do cinturão produtor de milho.

Caso essa previsão se confirme, os analistas destacam que não haveria tempo hábil para fazer o replantio dessas áreas. Paralelamente, a perspectiva é que as precipitações permaneçam nos próximos 6 a 10 dias. Até o último domingo (31), cerca de 95% da área já havia sido semeada e 74% das plantações exibiam boas ou excelentes condições, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Além disso, a queda do dólar ao longo desta quinta-feira também contribuiu para o tom positivo nos negócios, assim como, os ganhos observados nos futuros da soja e do trigo. Já as vendas para exportação da safra velha somaram 464,9 mil toneladas, até a semana encerrada no dia 28 de maio. As informações foram reportadas pelo USDA.

O volume representa um recuo de 29% frente ao divulgado na semana passada, de 654,6 mil toneladas, e uma queda de 31% na média das últimas quatro semanas. Assim como na soja, o Japão foi o principal destino do milho norte-americano.

Para a safra 2015/16, o USDA trouxe um cancelamento de 54,8 mil toneladas de milho. Na semana anterior, o cancelamento foi de 6,7 mil toneladas.

*Devido ao feriado de Corpus Christi, comemorado nesta quinta-feira, não houve negociação no Brasil. Os negócios serão retomadas nesta sexta-feira.

Mercado interno

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega outubro, registrou alta de 1,09% e encerrou o dia a R$ 27,80. No dia anterior, a cotação ficou em R$ 27,50 a saca. O valor registrou ligeira valorização acompanhando o movimento levemente positivo registrado no mercado internacional.

Entretanto, no mercado interno, a perspectiva de uma grande safrinha, associada à projeção de estoques de passagem mais altos, ainda são fatores negativos para a formação dos preços. Na região de Diamantino (MT), as cotações do cereal recuaram de R$ 17,00, para R$ 13,00 a saca, valor abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo Federal para o estado, de R$ 13,56/sc.

Ainda hoje, a INTL FCStone revisou para cima a projeção para a safra de milho 2014/15 no país. No total, os produtores deverão colher, entre primeira e segunda safra, cerca de 80,19 milhões de toneladas nesta temporada.

A analista de milho da consultoria, Ana Luiza Lodi, destacou que, as perspectivas para a safrinha são bastante favoráveis. "Foram registradas chuvas acima da média nos últimos meses, condição que propiciou o bom desenvolvimento das lavouras, mesmo do que foi semeado fora da janela ideal", afirma. Na segunda safra, a perspectiva é que seja colhido um volume recorde de 49,77 milhões de toneladas do grão, apesar do recuo das áreas em algumas localidades.

Já na primeira safra, os problemas em decorrentes do clima não foram significativos como o projetado anteriormente. Com isso, o número da produção foi estimado em 30,4 milhões de toneladas. No mês anterior, a projeção era de 29 milhões de toneladas.

Contudo, apesar das boas perspectivas para a produção, a consultoria ainda sinaliza que, os estoques finais poderão atingir níveis bastante elevados, alcançando os 18,36 milhões de toneladas, com uma relação estoque/uso de 24%. "As variáveis de demanda não sofreram ajustes, destacando-se que as perspectivas estão favoráveis para as exportações do cereal, que devem ganhar força no segundo semestre, em meio ao contexto de dólar forte", explica a analista.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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