Milho: Na CBOT, investidores aguardam números do USDA e mercado inicia a semana com ligeira queda
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. Por volta das 7h48 (horário de Brasília), os contratos do cereal exibiam ligeiras quedas entre 1,00 e 1,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,50 por bushel, contra os US$ 3,51 por bushel registrado no fechamento da sessão da última sexta-feira.
As perspectivas e o clima permanecem bem favoráveis para a safra 2015/16 nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz novo boletim de acompanhamento de safras. A expectativa é que o plantio do cereal já tenha sido finalizado no país. Na semana anterior, cerca de 74% das lavouras estavam em boas ou excelentes condições, fator que pesou sobre os preços.
Além disso, na última sexta-feira, a Agência Ambiental dos EUA (EPA) propôs um consumo de etanol menor que o fixado por lei. A redução nas metas de consumo de 2014 a 2016 totalizaram 3,5 bilhões de galões, de acordo com informações das agências internacionais. No período, o número representa uma demanda de 1,5 bilhão de bushels menor do cereal.
Ainda hoje, o órgão também reporta os números dos embarques semanais, que poderão influenciar o andamento dos negócios. Até a semana encerrada no dia 21 de maio, as vendas ficaram 1.006,720 milhão de toneladas.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Focado na safra dos EUA, mercado fecha semana com desvalorização de mais de 1% em Chicago
Os preços do milho encerraram o pregão desta sexta-feira (29) em campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiram quedas entre 2,00 e 2,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,51 por bushel. Na semana, as cotações acumularam desvalorizações entre 1,13% e 1,56%.
O bom andamento da safra norte-americana permanece como principal fator de pressão sobre os preços no mercado internacional. No início dessa semana, as cotações registraram quedas acentuadas devido ao reporte de que 74% das lavouras do cereal estavam em boas ou excelentes condições até o último domingo (24), conforme boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Em uma semana, os agricultores do país também conseguiram avançar com o plantio do milho, que alcançou 92% no mesmo período. O órgão deve atualizar os números em seu novo boletim na próxima segunda-feira (1). Enquanto isso, as previsões climáticas continuam indicando chuvas para o cinturão produtor de milho nos próximos dias, o que ainda beneficia o desenvolvimento da cultura no país.
Ainda hoje, o USDA reportou os números das vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 21 de maio, as exportações de milho da safra 2014/15 totalizaram 654,600 mil toneladas. O volume representa uma redução de 19% em relação à semana anterior, na qual, foram exportadas 812,600 mil toneladas do cereal e uma diminuição de 8% em comparação com a média das últimas quatro semanas. No período, o principal comprador do milho norte-americano foi o Japão, que adquiriu 211,100 mil toneladas do grão.
Da safra nova, as exportações ficaram negativas em 6,700 mil toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 62,5 mil toneladas do grão.
Na contramão desse cenário, os números da produção de etanol nos EUA subiram para 969 mil barris por dia até a semana encerrada no dia 22 de maio, conforme relatório da AIE (Agência de Informação de Energia). O número representa uma elevação de 11 mil barris por dia, em comparação com a semana anterior, na qual, a produção atingiu 958 mil barris. Já os estoques do produto recuaram de 20,4 mil para 20,1 mil barris.
Mercado interno
De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as cotações apresentaram ligeiras oscilações ao longo dessa semana. Em Não-me-toque (RS) e Tangará da Serra (MT), os preços caíram 2,33% e 2,94%, com preços de fechamento nesta sexta a R$ 21,00/sc e R$ 16,50/sc, respectivamente. No Porto de Paranaguá, a saca do grão, para entrega outubro, encerrou a semana a R$ 28,00, uma queda de 1,75%.
Em contrapartida, na região de São Gabriel do Oeste (MS) a semana foi positiva, com valorização de 1,76% e preço de R$ 17,30 a saca. Na região de Jataí (GO), o preço também subiu 2,86%, com a saca do cereal a R$ 18,00. Nas demais praças, os últimos dias foram de estabilidade.
Os negócios permanecem mais lentos, diante da perspectiva de uma segunda safra de milho acima de 50 milhões de toneladas e os estoques elevados. "A segunda safra será fantástica, podendo chegar a 52 milhões de toneladas. E daqui até outubro, teremos um vale de preços, que deve ser intensificado em agosto, com o andamento a oferta chegando ao mercado. É um movimento natural, a safra tem o poder de pressionar os preços", afirma Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.
Em algumas localidades, como GO e MT, os produtores conseguiram negociar antecipadamente entre 40% a 50% da produção. "Depois de agosto, a alta do dólar deverá favorecer a comercialização do milho. Entretanto, durante esse período, as possíveis altas na CBOT e do câmbio, deverão ser capturadas pelos traders", diz Fernandes.
Já as exportações brasileiras de milho ficaram em 6,1 mil toneladas até a terceira semana de maio, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
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