Milho: Em Chicago, mercado testa reação na manhã desta 5ª feira após acumular perdas acentuadas

Publicado em 28/05/2015 09:18

No início da sessão desta quinta-feira (28), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiros ganhos. Por volta das 8h58 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam leves altas entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,51 por bushel.

O mercado testa uma recuperação após tocar os níveis mais baixos dos últimos 7 meses. Nesta quarta-feira, os preços futuros da commodity encerraram o pregão com quedas acentuadas, entre 5,50 e 6,75 pontos. Os preços foram pressionados pelo índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições nos Estados Unidos, que até ao último domingo (24), estava em 74%, conforme dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

No mesmo período, o plantio do cereal avançou e chegou a 92% da área projetada para essa temporada. E, até o momento, o clima tem se comportado de maneira bastante favorável para o desenvolvimento da cultura. As chuvas continuam sobre o Meio-Oeste do país e as temperaturas, que estavam mais baixas, já começaram a subir.

Outro fator que pode influenciar o direcionamento dos negócios no mercado internacional é o boletim de vendas para exportação, também será divulgado pelo USDA. Na semana anterior, o volume exportado da safra velha ficou em 812,600 mil toneladas do cereal e contribuiu para dar suporte ao mercado. Já da safra nova, as vendas totalizaram 62,5 mil toneladas de milho, no mesmo período.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Com boas condições da safra dos EUA, mercado recua aos menores níveis dos últimos 7 meses na CBOT

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quarta-feira (27) com perdas acentuadas, em patamares mais baixos dos últimos sete meses. Os futuros da commodity recuaram pelo segundo dia consecutivo e exibiram quedas entre 5,50 e 6,75 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,49 por bushel, após ter encerrado o dia anterior a US$ 3,55 por bushel.

As agências internacionais de notícias destacam que, os preços recuaram em decorrência da valorização do dólar frente a outras moedas e o andamento da safra norte-americana 2015/16. "Teoricamente, o dólar mais alto acaba deixando o produto norte-americano menos competitivo no mercado internacional, frente a produtos de outras origens", conforme explica o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.

Além disso, o analista também destaca as boas condições climáticas no país, que ainda contribuem para o desenvolvimento das lavouras. As temperaturas, que estavam mais baixas, já começaram a subir, descartando qualquer preocupação imediata com as plantações. E as chuvas continuam aparecendo no Meio-Oeste do país e as previsões climáticas indicam a continuidade das precipitações nos próximos dias.

"A princípio, o clima deverá ser bastante favorável nos EUA ao longo do desenvolvimento da cultura. Entretanto, sempre temos a possibilidade de ter, entre um ano e outro, condições climáticas desfavoráveis. Por enquanto, tudo camina bem e a expectativa é de boa produção, tanto na soja, como no milho", afirma o analista.

Ainda nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou o plantio completo em 92% da área até o último domingo (24). Percentual em linha com as apostas do mercado, entre 92% e 94%. Apenas nos estados do Colorado, Kansas e Texas, os trabalhos nos campos caminham de maneira mais lenta devido às chuvas fortes, conforme destaca o site internacional Farm Futures.

Contudo, no geral, se comparado com o mesmo período do ano passado, a semeadura estão mais adiantada. Em igual período de 2014, o plantio estava em 86%, já a média para o período é de 88%. Paralelamente, o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições ficou em 74%, acima do esperado pelos investidores, de 67%. Ainda segundo o relatório, em torno de 23% das plantações estão em situação regular e apenas 3% em condições ruins. Até o momento, cerca de 74% das lavouras já emergiram, frente os 56% indicados na semana anterior.

Mercado interno

No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro, terminou a quarta-feira (27) em R$ 28,00. Diante da queda observada no câmbio, que encerrou o dia a R$ 3,14, com perda de 0,13%, associada à forte desvalorização registrada nos futuros do grão no mercado internacional, a cotação permaneceu estável em comparação com o dia anterior.

Em São Gabriel do Oeste (MS), a quarta-feira foi de ligeira alta nos preços, em torno de 2,94%, com a saca do milho a R$ 17,50. Mesmo cenário visto na região de Jataí (GO), onde as cotações subiram 2,86% e a saca do milho fechou o dia a R$ 18,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os preços continuaram estáveis.

Nesse momento, a perspectiva de uma grande safrinha de milho, ainda é o principal fator de pressão sobre as cotações. Quadro que pode ser agravado com a evolução da colheita nos principais estados produtores, conforme destacam os analistas. As preocupações iniciais, as projeções são bastante positivas quanto à segunda safra no país, principalmente por conta das chuvas, que se alongaram, especialmente no Centro-Oeste.

Na região de Tangará da Serra (MT), a produtividade das plantações deverá ficar em 100 sacas de milho por hectare, um aumento de 6% em relação ao ano passado. Segundo o delegado da Aprosoja na região, Clóvis Félix de Paula, o rendimento médio deverá compensar o recuo de 10% na área semeada com o grão nesta temporada.

"Além da produção, temos o agravante dos estoques do milho, que estão elevadíssimos. E, durante os meses de março, abril e maio, mesmo com a demanda externa, não conseguimos desovar um volume expressivo da safra brasileira. Consequentemente, o mercado interno fica super ofertado, o que pressiona os preços", explica o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia.

Por outro lado, o analista também ressalta outros países caminham para uma boa produção também, como a Rússia, Ucrânia, EUA e Argentina. "Precisamos ser competitivos. Claro que iremos depender da taxa de câmbio, para ocasionar uma competição do grão brasileiro frente ao produto de outras origens e também de uma melhora nos preços na CBOT. Sabemos que o mercado nunca é uma via de mão única, por isso, é bom estar atento dentro de um quadro de grande oferta no Brasil, para aproveitar para desovar o milho", orienta Cachia.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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